domingo, outubro 23, 2011

EXTRA! EXTRA! DALTON TREVISAN TOMA UM CACETE E NEM FICA SABENDO

Vou tentar explicar, então tome fôlego quem quiser saber qual é.

Neste sábado, estava eu na casa do polaco da barreirinha quando com todos os fios de seu bigode ele repetiu e sublinhou que foram três os caras que lhe ensinaram a escrever boa prosa: Machado de Assis, Nelson Rodrigues e Dalton Trevisan (não por coincidência, o polaco usou muito o pseudônimo de Dalton Machado Rodrigues).

No domingo, o polaco postou no facebook uma foto do Dalton e um poema de homenagem, convidando os amigos a prestarem as suas respectivas celebrações da trevisânica figura.

Não resistindo ao convite, perpetrei a seguinte, que aqui intitulo

DAI A DALTON O QUE É DE JÉRSON,
E A TREVISAN, O QUE VEIO DE IVAN

Que vampiro? Gênio aonde?
Vai seguindo sempre em busca
dum estilo que se esconde
numa angústia tão patusca
que nem chega a ser de velho:
um fraquinho autoevangelho.

Sabe apenas pôr o dedo
na ferida se é a alheia:
possivelmente isso é medo
de pulsar a própria veia,
que mete nesse inseguro
um pavor de claro e escuro.

Mas não rimarei com dalton
rima nenhuma biônica.
Faço rimas só pros nêutrons
da prosa dele chatônica:
nem mil anos na salmoura
nem biotônico fontoura

não elevarão o status
deste literato cactus,
porque a lei de Jérson é
diminuir o cacife
pra ver se ainda para em pé
o seu conto de patife.

Assim prestei homenagem
a este Jérson Trevisan,
dos Daltons tem bandidagem,
muita prosa e pouco elã.

E o polaco que me aguente
pois ponho um pingo num i:
ninguém xinga impunemente
Emiliano e Kolody.


Ivan Justen Santana

3 comentários:

  1. Colo aqui o poema do Thadeu, pra quem não tem facebook -

    em mim eu vejo você, dalton trevisan

    não, não seria demais
    amá-lo
    e respeitá-lo
    pelos próximos mil anos
    ou mais
    seus caninos estão bem
    fornidos de eternidade
    e a obra que admiramos
    também

    85 anos, convenhamos,
    não é pra qualquer um
    mas você, com essa classe
    esse estilo, cara
    fazendo do lugar comum
    a essência rara
    que joga em nossa face
    um único rosto
    e nos deixa a salvo
    de todo o mau gosto
    você não morre tão cedo

    é, velho
    não tem mais segredo
    nenhum salmo
    cântico, reza, evangelho
    fez mais por nós
    pecadores
    que a ternura de tua voz
    cutucando nossas feridas
    nossas dores
    nossas vidas
    e provando que todas as curitibas
    são uminha
    e nada mais
    a tua, a minha
    a nossa senhora da luz dos pinhais


    Antonio Thadeu Wojciechowski

    ResponderExcluir
  2. Uau! Gosto é gosto, não só se discute, como se poeta!

    ResponderExcluir
  3. grande abraço, Ivan

    poesia vida longa

    ResponderExcluir