segunda-feira, março 28, 2005

Ligando de novo a máquina de prosa

Então,

ultrapassei o meu aniversário de 32 anos quase despercebidos: eu, o aniversário e os 32 anos.

Os presentes vieram depois: quinta-feira passada, livre de obrigações, fui ver a MORDIDA, cheio de mixed emotions pra saber quem seria capaz de substituir minha pequena ídola máxima Tati Lemos nos vocais.

Assisti antes ao Charme Chulo, uma banda de quem eu pensava que “o nome é melhor que a banda”, depois de ter visto só uma apresentação.

Percebi que evoluíram, estão bem ensaiados: gostei, mas nada que chegue próximo da adoração que nutro pela MORDIDA.

Cujo show foi muito muito, com a garota Isis (nome perfeito pruma Garota Esotérica) fazendo um belo batismo de fogo, na minha opinião suspeitíssima de fanático mordido.

O caso é que passei quase o show inteiro grudado boca a boca numa linda garotinha ruiva que o coelhinho da páscoa trouxe pra mim (aniversário atrasado) e lá no fundo do tumulto emotivo e dos catos ouvi a garota Isis mandar muito bem assim:

(...)
só nunca esqueça
não é por mal
o mal que eu te faço não é por mal
o mal que eu te faço

não te peço resposta
não entrego as minhas chaves
sem querer pisei no teu lado mais frágil

[esse é um trecho crucial: Isis foi bem tecnicamente, mas me fez lembrar que a interpretação da Tati era mais dramática: flutuava, desafinava ironicamente pra acentuar FRÁÁÁGIL...]

só nunca esqueça
não é por mal
o mal que eu te faço não é por mal
o mal que eu te faço


É a mensagem perfeita pra mim mesmo, já que só consigo fazer mal pra mim, mas não é por mal.

Outra coisa legal de contar aqui foram os filmes que eu vi, enquanto o festival de teatro comia solto...

A DAMA DE SHANGAI
Orson Welles e Rita Hayworth (loira e de cabelo curto)

HIROSHIMA MON AMOUR
de Alain Resnais
roteiro de Marguerite Duras

na verdade esse eu vou ver agora: amanhã eu conto como foi...

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