Então foi assim:
- eu pensei que íamos fazer a abertura, preparamos uma série "breve" de sete canções;
- em vez disso, o plano da organização foi que tocássemos depois do Carlos Machado e das récitas do caro amigo Fernando Koproski;
- entramos nervosos: eu, pelo menos, estava uma pilha de nervos; meu comparsa William apresentava indisfarçavelmente o agravante da ingestão de álcool, para "acalmar"; já o Edílson, que só havia tocado duas vezes conosco, uma no "ensaio aberto" no Wonka (no meu aniversário) e outra no único ensaio que fizemos juntos, estava mais tranquilo;
- em vez de dar um intervalo de uns dez minutos, que eu devia ter chamado pra reunir forças e dar oportunidade ao público de se reagrupar, fomos lá e ansiosamente atacamos o primeiro número, enquanto metade do dito público se dispersava pela sala, pra conversar, aproveitar o coquetel, e assim nos providenciar um "caloroso" ruído de fundo (isso ajudou muito na nossa concentração e no entrosamento auditivo e de conjunto, sem retorno e isolados uns dos outros - mas nada disso justifica o nosso fiasco diante de quem teve a sacrossanta educação e paciência de permanecer na plateia);
- erramos muito em todos os números, com o agravante de estar diante da Lívia, compositora de uma das canções ("Nunca houve uma mulher como Gilda"); não anunciei título nem autoria da canção "Se o Marcos Prado fosse o James Joyce" (Rodrigo Barros / Thadeu Wojciechowski/ Ferreira / Renato Quege / Sérgio Viralobos / Edílson Del Grossi); consegui confundir até o Filippo, que veio pra curtir e a quem depois tive que explicar que a Lívia não é autora da nossa versão de "Like a Rolling Stone" ("Como uma pedra rolante"), a qual executamos com requintes de crueldade, desconcatenação e desentrosamento;
Portanto:
será este o triste fim
dos Dublês de Dublin?
Talvez não, mas quem sabe sim:
eu, de minha parte,
não me convidaria mais pra tocar em lugar nenhum,
quanto mais num museu de arte.
Não obstante, sem amor nem ódio,
percam (ou não) o próximo episódio.
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2 comentários:
pode ser que não, mas creio que sim. hasta.
EM OFF CIO
Oras, não me amole!
Tim Maia
Nada de emprego. Então, descanso em meu barraco.
Bancar de estrela pop – ulular eu não quero.
Já basta ouvir nos fios chilrear o quero-quero
E em paz permanecer fumando um bom tabaco.
É bom ter sempre a mão de tira-gosto um naco,
Para que o paladar aguente o que vier: o
Vinho ou a cerveja, iguais são o samba e o bolero.
Complementam-se ambos, como diria o polaco.
"Há muito desemprego!" – E o que eu tenho com isso?
Se há alguma escravidão está no haver serviço,
Ao que submetem-se uns, pensando que esse emprego
Lhes traga algum conforto estando aposentados.
Por causa disso eu não quero estar já cansado
Para ter um descanso. O que eu quero é sossego!
Gerico Maldine
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