terça-feira, junho 28, 2011

NADA – OU QUASE ATÉ UMA ARTE POÉTICA


mal
lar
me
li
vre

não vejo mais aquela que num bar me caça
na nossa carne triste uma frágil barcaça
assiste a um fim de missa ao capitão fracassa
e não sobrou poção nesta cabaça escassa

procuro um leito de procusto que revele
até onde se lê neste verso vela ou pele
se foi nela uma tela a bela cela dele

um paralelo entre bacante de biquíni
e tosca execução da tosca a toscanini

num filme de fellini refilmado em rimini

um símbolo de sim tropeçando num toco
bolando um bolo simbolista com ovo oco

coadjuvando um zebu e um gnu e um urubu
para picar o pé de um mestre do kung fu
surge a convocação ao nu de uma surucucu

coloco um lírio em fundo verde e reverdece
só quero ver se sóbria a barca sobe ou desce
nesta maré crescente um livro sobrenada
nele acrescento só o que livro sobre nada

*

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