Pois então: o futebol aí e você nem tóin no treco, o Bloomsday acontecido e você finge que nem tchuns na parada, os amigos pintando e bordando e você dormindo cedo, o trabalho sempre naquelas mas até que vai bem porém você numas bem numas, a massa de ar quente deixando os dias azuis e você nublado, chuvoso, seco, sóbrio, apoplético, abúlico, sonambúlico, e na falta de maiores adjetivos: um neca, um nada, um zero à esquerda da esquerda do zero à esquerda...
E aí faz um poema: uma porcaria de poema autocomiserativo, falso, falso feito o seu estado de animação suspensa, feito sua cara de vou tocando a vida parece que em ponto morto, mas enfim: vá lá: uma porquice dum poema, e pra que serve essa coisa-blog então?
Posta essa bosta logo!
Aí está:
Não reclame, Ivan,
Não choramingue:
Aí está tua TV:
Perto, perto,
Muito perto
E sempre perto de você.
Não se queixe, Ivan,
Também tem a família,
Que te ama e te provê:
Perto, perto,
Muito perto
E sempre longe de você.
E tua filha, Ivan,
Ela é magnífica,
E te traz razão de ser:
Perto, longe,
Muito longe
E sempre longe de você.
Tem também, Ivan,
A tua amada,
Que te admira e que te lê:
Longe, longe,
Muito longe
E sempre longe de você.
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6 comentários:
não é por nada Ivan, mas as tuas depressões te deixam sempre muito, muito mais inspirado. De minha parte, gostei do poema. Um abraço e aparece de vez em quando.
Dearest, responda meus emails e deixe de achar seus poemas ruins, plis ....c é incapaz de escrever um poema ruim que eu sei
=X
Asssim, só mudando para Botswana.
Grande canção por escrito, lembrou o melhor de Manuel Bandeira e olha que é bem diferente do Mané. Abração!
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