terça-feira, março 26, 2013

NOSSOS SÍMBOLOS & EU

*

Nossa terra tem pinheiro: araucária;
Nossa araucária tem gralha: azul;
Miseravelmente interplanetária:
Sorriso se orientando para o Sul.

Nosso poeta – araucária – é polaco;
Nosso contista – gralha –, vampiro;
Não seja eu gralha mas só um Ivan-piro:
Em vão poeta sem curro nem paco.

ijs

...

terça-feira, março 19, 2013

ORAÇÃO DOIS [TRÊS, QUATRO, CINCO, MIL...]

*
Essa é a primeira oração
Pra salvar a próxima geração:
A ração atual de cultura é simplória
E os criticuzinhos não estão prontos pra glória.

Cabem mil vidas inteiras
De quem praticou e teorizou
Sobre todas as mais sérias brincadeiras.
Cabe até o amor que poucos mostram
Enquanto muitos, tantos, se prostram.

Se a alegria já foi a prova dos nove
Agora teremos uma infinita graça
Junto de um sublime que comprove

No seu, no meu, no vosso bar,
No dela, nos deles, em qualquer lar.
Responderão então a este curitibano mar?

Quem poderá controlar?

*

quinta-feira, março 07, 2013

NÃO FAÇA DE MIM SEU PTERODÁTILO

de ijs a ffr

Não faça de mim
seu pterodátilo,
seu cantor anterior
até ao neolítico,
também não seja eu
seu núncio apostólico.

Por você eu me
transformo num Átila,
livro-nos dessa
situação crítica,
deixo até que você
pense em ser católica.

--<-- p="">

QUANDO AMBOS PARTIMOS

George Gordon, Lord Byron. [1788–1824]

WHEN WE TWO PARTED
QUANDO AMBOS PARTIMOS

[First published, Poems, 1816]
{versão brasileira: Ivan Justen Santana, 2013}

WHEN we two parted
QUANDO ambos partimos
  In silence and tears,
  Em silêncio e prantos,
Half broken-hearted
Corações partidos
  To sever for years,
  Longe tantos anos,
Pale grew thy cheek and cold,
Branco teu semblante e frio,
  Colder thy kiss;
  Mais frio teu beijo; 
Truly that hour foretold
Aquela hora sim previu  
  Sorrow to this.
  Triste o desejo. 

The dew of the morning  
O orvalho da aurora
  Sunk chill on my brow—
   Correu frio em mim—
It felt like the warning  
Aviso de outrora
  Of what I feel now.  
   Do que sinto enfim.
Thy vows are all broken,  
Teus votos quebraste,
  And light is thy fame:  
   E leve é tua fama:
I hear thy name spoken,
Teu nome em contraste
  And share in its shame.  
   Já deitam na cama.

They name thee before me,  
Nomeiam-te a mim,
  A knell to mine ear;  
   Som lúgubre soa;
A shudder comes o'er me—  
Tremores por mim—
  Why wert thou so dear?
   Por que foste boa?
They know not I knew thee,  
Não sabem que te vi,
  Who knew thee too well:  
   Conheço-te bem:
Long, long shall I rue thee,  
Sofrerei, sofrerei por ti,
  Too deeply to tell.  
   Não o saiba ninguém.

In secret we met—
Secretos, nos vimos—
  In silence I grieve,  
   Calado, eu lamento
That thy heart could forget,  
Que tenhas te esquecido,
  Thy spirit deceive.  
   O espírito ao vento.
If I should meet thee  
Se acaso eu te vir
  After long years,
   Depois de anos tantos
How should I greet thee?  
Como hei de sorrir?
  With silence and tears.
   Com silêncio e prantos.


*NOTA DE RODAPÉ IMPORTANTE:]
Este poema já foi traduzido em equipe pelos estudantes de Letras da UFPR Anna Beatrice, Juliano Costa, Laura Faraone e Stephanie da Silva, sob orientação do pesquisador Vinícius Barth -- clique aqui pra conferir o resultado -- Devo a eles a solução-base inicial de alguns dos versos, pois trabalhei em cima do texto deles, que saiu num jornal do CAL -- clique aqui pra maiores vistas -- Valeu, gente. Gente? ...


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