quarta-feira, janeiro 13, 2016

MINHA MORTE

(Canção original francesa: Jacques Brel
Versão inglesa: David Bowie
Versão brasileira: Ivan Justen Santana)

Minha morte espera como um velho canalha
Tão confiante de que vou segui-lo
Assobie a ele
E ao tempo que passa

Minha morte espera como uma bíblica verdade
No funeral da minha juventude
Bebíamos a isso
Ao tempo que passa

Minha morte espera como
Uma bruxa na noite
Tão seguramente quanto nosso amor brilhante
Não vamos pensar nisso nem no tempo que passa

Mas o que quer que esteja atrás da porta
Não há muito o que fazer
Anjo ou demônio, eu não me importo
Pois em frente a essa porta
Está você

Minha morte espera como um mendigo cego
Que vê o mundo por uma mente apagada
Jogue-lhe uma moeda
Pelo tempo que passa

Minha morte espera ali entre suas coxas
Seus dedos frios vão fechar meus olhos
Vamos pensar a respeito
E no tempo que passa

Minha morte espera para dar a meus amigos
Alguns bons momentos
Antes do fim
Então bebamos a isso
E ao tempo que passa

Mas o que quer que esteja atrás da porta
Não há muito o que fazer
Anjo ou demônio, eu não me importo
Pois em frente a essa porta
Está você

Minha morte espera lá entre as folhas
Em misteriosas mangas de mágicos
Em coelhos e cães
E no tempo que passa

Minha morte espera lá entre as flores
Onde a sombra mais escura se escondem
Então vamos colher lilases
Pelo tempo que passa

Minha morte espera lá numa cama de casal
Naus de oblívio em meu cérebro vagal
Então puxe os lençóis
Contra o tempo que passa

Mas o que quer que esteja atrás da porta
Não há muito o que fazer
Anjo ou demônio, eu não me importo
Pois em frente a essa porta
Está você
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terça-feira, janeiro 12, 2016

O HOMEM QUE VENDEU O MUNDO

(David Bowie. versão brasileira: Ivan Justen Santana)

Passamos pela escadaria
Falamos do quando e do antigo
Apesar de eu não estar ali
Ele disse que eu era seu amigo
O que foi algo meio insólito
Falei pra dentro dos seus olhos:
"Achava que você morreu só (e em paz)
Há muito, muito tempo atrás"

"Ah, não, eu não
Nunca perdi o controle
(Nem por um segundo)
Você está cara a cara
Com o homem que vendeu o mundo"

Gargalhei e apertei sua mão
E tomei o rumo de casa
Busquei terra e formação
Vaguei anos e anos pela estrada
Contemplei contemplativo olhar
Aos milhões que estavam lá
"Devemos ter morrido sós (e em paz)
Há muito, muito tempo atrás"

"Quem sabe? Eu não
Nunca perdemos o controle
(Nem por um segundo)
Vocês estão cara a cara
Com o homem que vendeu o mundo"
...


segunda-feira, janeiro 11, 2016

TEMPO

(David Bowie. versão brasileira: Ivan Justen Santana)

O tempo abre as asas sobre nós
Falando asneiras com sua estranha voz
Eu e você estamos no script dos minutos
O tempo se contorce como um puto
Cai e se esparrama pela sala
Nós somos sua trapaça
O tempo está nas agulhas e goles
Exigindo David Bowies
E outros ídolos da juventude
Não se engane, o tempo ilude

Ele mira sua cabeça
Regurgita a sua sujeira
É incestuoso e frívolo
E possui muitos outros títulos
Eu vejo a hora: nove e vinte e cinco
Penso "meu deus, ainda estou vivo"
Todos os sonhos foram embora
Nós devíamos existir agora

Você não é uma vítima
Você só está chateado e grita
Mas o tempo você nunca evita
Diabos, você parece um carro usado
Vai congelar e pegar um resfriado
Não tratou bem da sua saúde
Não se engane, o tempo ilude

Subir na vida é duro
Mas é pior ficar no escuro
Tive muitos sonhos
Colapsos medonhos
Mas você foi minha fada madrinha
Que o amor deixou desolada e sozinha
Talvez você esteja sorrindo por trás da dor
Mas tudo que eu posso lhe dar
É a culpa de ser um sonhador
Todos os sonhos foram embora
Nós devíamos existir agora

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