quinta-feira, dezembro 21, 2017

האהבה של תפוזים

O AMOR DE UMA LARANJA
(Dahlia Ravikovitch)

Uma laranja amou mesmo
O homem que a comeu.
Banquete aos olhos
É um belo repasto;
Coração honesto
Ao olhar guloso.

Um limão zombou:
Tenho mais sapiência.
Um cedro se doeu:
E, de fato, morrerás!
E quem pode reviver
Um ramo que secou?

O limão instigou:
Ó tolo, sê sábio.
O cedro se ardeu:
Calúnia e pecado!
Arrepende-te logo,
Eu desprezo o tolo.

Uma laranja amou mesmo
Com amor e seu corpo
O homem que a comeu,
O homem que a puniu.

Uma laranja amou mesmo
O homem que a comeu,
Ao carrasco ela deu
A carne aos dentes.

Uma laranja, consumida
Pelo homem que a comeu,
Invadiu a pele dele
Até a carne por baixo.

___
vb:ijs
FONTE: Revista "Poetry", Abril, 2009. The Translation Issue. P. 24. O original é em hebraico, e traduzi a partir da tradução ao inglês por Chana Bloch e Chana Kronfeld.

terça-feira, dezembro 12, 2017

SOMENTE SWIFT SALVA

Lemuel Gulliver voltou para a Inglaterra e foi morar num estábulo, com os cavalos, porque a companhia de seres humanos ficou insuportável ao marinheiro poliglota.

Se você acha que conhece aquela "historinha" das viagens de Gulliver, saiba o seguinte:

é um romance de sátira, e suas versões infantojuvenis castram a obra, rasgando as três partes seguintes, mais fortes e ainda mais interessantes;

existe uma maravilhosa paródia, em quadrinhos, feita pelo mago do desenho Milo Manara: intitula-se Gullivera, e somente pessoas divinas abençoadas dispõem de materiais assim;

Swift é foda pra caralho e pra boceta: mas leiam Swift integral, e não semidesnatado...

IJS

segunda-feira, dezembro 04, 2017

BOSSACRIFÍCIO

[num cio de dois poemas por segundo instinto:]

nunca enterre o poema
na cova rasa
da piada pronta

devidamente morta
a poesia
não merece cova
com menos
de sete pelouros
de profundidade

seja a favor
ou seja
contra


ijs

sábado, dezembro 02, 2017

"A minha vida foi uma arma pronta"

Emily Dickinson

A minha vida foi uma arma pronta
Na esquina, até que um dia
O dono veio—identificou,
E me levou da via.

E agora andamos soberanos bosques,
E agora temos caça e pesca—
E sempre que eu falo por ele
Montanhas logo se interessam.

E que sorriso o meu, a luz cordial
Rebrilha sobre o vale—
É qual uma covinha no Vesúvio
Surgindo nesta face.

E quando à noite, findo o dia,
A meu mestre faço guarda,
Melhor isso é que ter compartilhado
A mais fofa almofada.

Dos seus imigos sou a imiga,
Não há segunda vez
Àquele em quem boto olho torto
Ou polegar veemente.

Mesmo que eu viva por mais tempo,
Vive ele mais do que eu,
Pois só domino a arte de matar—
Sem o poder de morrer.

vb:ijs

quinta-feira, novembro 30, 2017

VIRANDO A QUADRA DO ÓDIO

*
eu resolvi sentir o ódio
só pra saber o que o outro sente:
senti somente outro episódio
do que sem ti ficou minha mente

ijs

quarta-feira, novembro 29, 2017

"A Bíblia é um volume arcaico"

Emily Dickinson (1830-86)

A BÍBLIA é um volume arcaico
Escrito por sumidos homens,
Por sugestão de Espectros Santos—
Assuntos—Belém—
Éden—a velha Herdade—
Satã—o Brigadeiro,
Judas—o grande Infrator,
Davi—o Trovador.
Pecado—um distinto Abismo
Que os outros têm que evitar,
Garotos que "acreditam"
São muito solitários—
E outros estão "perdidos."
Tivesse um Cantador a estória
Viria toda a garotada—
O sermão de Orfeu absorvia,
Não condenava.

[vb:ijs]
__

THE BIBLE is an antique volume
Written by faded men,
At the suggestion of Holy Spectres—
Subjects—Bethlehem—
Eden—the ancient Homestead—
Satan—the Brigadier,
Judas—the great Defaulter,
David—the Troubadour.
Sin—a distinguished Precipice
Others must resist,
Boys that “believe”
Are very lonesome—
Other boys are “lost.”
Had but the tale a warbling Teller
All the boys would come—
Orpheus’ sermon captivated,
It did not condemn.

segunda-feira, outubro 30, 2017

UM POEMA PARA UMA PROFESSORA

(para ela que sabe que é ela mesma)


Gostaria de nunca escrever um acróstico.

Ler nunca foi a minha praia deserta.

Aliás, acho que já fiz uns acrósticos.

Um dia eu li um livro inteiro numa tarde.

Caraca! É horrível usar gíria importada...

Ivans são sempre complicadinhos de lidar.

Acho melhor parar por aqui, já deu pra cabeça...

]
ijs

sexta-feira, outubro 06, 2017

O AMOR DE SEMPRE

*
O amor de sempre prossegue crescendo.
Vai ocupando todos os espaços.
Os pés levam as mãos até os abraços.
O peito arfando, o coração batendo.

Por onde eu ando eu sigo a tua pista.
Não sei por que é que eu faço isso de novo.
Eu tenho mais tentáculos que um polvo
Mas só você me faz malabarista.

Tal sentimento, se elevado ao cubo,
Trastejaria qualquer ser humano.
Dentro de ti só floresço e sucumbo

Como a criança que cresce ano a ano.
Se você for a louca eu sou o louco
E a eternidade assim pode ser pouco...


ijs & Chico "Capetão" Cardoso
Bar do Torto, 5 de outubro de 2017.

quinta-feira, outubro 05, 2017

MINHA BALA É MINHA CLAVA

Minha bala é minha clava
E ela se chama palavra:

Palavrão para os pudicos
Se atocha no cu dos ricos
E em rabos de tiriricos
Essa clava também lava:

A chama que arde em fuxicos
Santa Joana já espalhava:

Minha bala é minha clava
E ela se chama palavra.

ijs

quarta-feira, setembro 20, 2017

Anúncio de antiga boa nova, dedicado pra você

(naquela expectativa jamais frustrada...)

charada que se desenigma,
o amor eterno máximo anarquista
passa mais sutil que os passarinhos

ele é protopunk e come flores
mas quando ela a misteriosa vem
junto essa coisa até que se complica

um bardo sempre mal disfarça as cores
e as dores óbvias gritam mudas sem
poder atrapalhar a trapalhada-zona-zica

e um dia um casal sempre se encontra
mesmo há dez milhões de anos atrás

mesmo com um mundo tolo todo contra
e com tudo entre tanto toda via ou mas


ijs [pra ...]

quinta-feira, setembro 14, 2017

INVERNO ESTIVAL

('estival' significa "relativo ao verão", mas guglem assim mesmo)

O inverno nem acabou:
o inferno mau começou:
o inferno mal iniciou:
o tolo sequer estudou.

A temperatura é insana:
me gamo na mina bacana:
me dá gana ser Santana:
aí lembro que sim eu soul:
ânimo que a mina minou:
bagana de aminoácido
clássico e plácido e flácido
no almoço do fim da semana:

hare hare grana grana
ironia já pode dar cana

ijs

quinta-feira, junho 29, 2017

Em aniversário de 13 anos desta bagaça...

*

Era uma vez um casal que usava balaclava.
O homem usava também bala e clava.
E a mulher, ela era
Uma homérica quimera:
Carinhosa como eu sempre sonhava...

ijs

*

terça-feira, maio 30, 2017

E AINDA OUTRO BUQUÊ DE LIMERIQUES...

*
em queda livre para cima
caindo retamente em curva
topando brigas
procurando rimas
e abrindo os olhos n´água turva

ijs
__

Havia este ponto dentro da reta:
Buscava nas curvas uma indireta;
Numa ida parou
Mas não se tocou
Que a ida era a volta completa.

ijs
__

Existe uma pinda na monha de angaba
Que também é cuque e de tiba se gaba:
Cidade sorriso,
Calçada que piso:
Os índios mandamos na taba!

ijs
__

Havia uma sílaba tônica
De certa palavra eletrônica;
Quando assistiu 'Tron'
Subiu o próprio tom
E então se entronou, histriônica.

ijs
__

Era uma vez uma musa dramática
Que tinha estratégia e também tinha tática:
Fazia uma cena
Sem tinta nem pena
Pois pra ela teoria era prática.

ijs
__

Era uma vez um poeta calhorda
Que andava de noite roendo uma corda:
Um dia, no hospício,
Seu fim teve início:
"Gritamos e ele não acorda!"

ijs
__

Atirei uma isca entristecida
No laguinho vazio da nossa vida:
Um peixinho escapuliu
Dizendo: "Onde já se viu
Vir pescar com isca entristecida?"

ijs
__

Havia certa graça em minha vida
A qual me chamava de amor, a querida:
Cometi sete erros,
Soltei alguns berros
E assim ficou sem graça a minha vida.

ijs
__

Havia uma mãe: e era a minha: Liana
Que voltou de viagem nesta semana:
Conheceu Jerusalém
Porém lá não disse amém
Qual legítima curitibana.

ijs
__

terça-feira, maio 23, 2017

Mais um buquê com dez limeriques que até que dão pro gasto, não?

*
Havia um poeta funesto
Que além de tristonho era mesto;
Viveu entre os tais
E entre os marginais
Foi tido como o mais honesto.
__

Havia um poeta inconteste
Que fez meio verso que preste;
Depois de estudar
Veio a se diplomar
Doutor em poesia rupestre.
__

Havia um poeta pedestre:
Achava-se um mestre entre os mestres;
Entrou para a história
Coberto de glória:
Cavalo em monumento equestre.
__

Havia uma deusa dos jogos
Chamada Caíssa, e seu lógos
Não dava repúdio
Pois era interlúdio
Da vida e de todos seus fogos.
__

Havia um moleque Ricardo
Que tinha estatura de bardo:
Não era vagal
E seu nome - Chacal -
Ecoa em jograu goliardo.
__

Havia uma música míope
Mais bela do que Calíope:
Tocava sem pauta
Violão, banjo e flauta
Na banda dum médico etíope.
__

Havia um poeta medíocre
Que achava que a rima era tudo:
Porém neste caso
Não deu muito certo
E acaba sem rima o poema.
__

Havia um humano sujeito
Que achava esse mundo imperfeito:
Bolou muitos planos
E após muitos anos
Morreu: e só assim teve jeito.
__

Havia um velhinho careta:
fazia poesia concreta;
mas era bem quisto
bem mais do que o quisto
sebáceo do velho poeta.
__

Havia um versinho maroto
Com rimas achadas no esgoto:
Chorava sorrindo,
Sorria chorando,
Assoviando "Bichos Escrotos"!
__

Havia uma garota exótica
Que tinha visão hipnótica:
Sofreu um processo
Que trouxe o sucesso
Perdoada mesmo sendo erótica...

...

Um poema em duas partes

*
Por onde anda o poeta?
Pela água. Pela espuma.
Por becos de buracos negros.
Pelas estrelas vermelhas.
Por onde anda o poeta?
Pela matéria escura. Pela
via jamais trilhada, pela
estrada nunca pisada,
pela área ainda incompleta.
Por onde anda o poeta?
Pelas calhas de roda
desse comboio de corda
que se chama você sabe como:
é por onde o vento fez a curva
e a água clara ficou turva,
não bebida pela onça.
Por onde anda o poeta?
Por sua própria geringonça
de insuspeita canaleta:
pensando que era privada
aquela cabina estreita
na porta escrito: não se meta.
Por onde anda o poeta?
Não é por este planeta.

__

POR ONDE ANDA O POETA II: O DESGASTE

Por onde anda o poeta?
Por aqui mesmo, nesta sarjeta.
Na latrina mais nojenta,
comendo a carnificina
como se fosse caviar:
azar do poeta, sem mistifórios:
frequentamos os mesmos lavatórios,
ouvimos os mesmos discursos laudatórios,
fomos expulsos juntos dos melhores escritórios,
e estamos a sós aqui neste mesmo inferno.

Por onde anda o poeta?
Na palma da mão da amada,
que, se quiser, estala os dedos
e esmaga seu pobre estafeta:
por ali rasteja este poeta,
tenteando alguma fresta, ou retreta:
ali, ali sim está caminhando o poeta
por onde sequer lhe deu na veneta:
pela alameda larga
que vai dar numa valeta.

Por ela então anda o poeta?
Não anda: só estraleja. Ajeita
a jaqueta da dentadura na boca
e gargareja: a vida errada
está certa
menos completa
que imperfeita.

ijs

sexta-feira, maio 19, 2017

ESSA SERENATA

*
Essa serenata eu faço pra você
que me lê aqui
mesmo sem eu saber;
nesta noite fria
(sem brinca: Curitiba é fria no outono)
fico aqui brincando de gnomo;

sim: estou aqui
fazendo essa serenata
pra você: que sabe que

talvez amanhã seja um jamais
mas que o para sempre
começa esta noite
com essa serenata.

ijs

segunda-feira, maio 01, 2017

O POETA QUE PERDEU A GRAÇA

*
Era uma vez um bardo escandaloso,
afeito a arroubos de expressividade:
por vezes mais palhaço do que o Bozo,
por vezes sem qualquer necessidade.

Aos trinta e um tal poeta tão pateta
criou seu blog, o qual salvou sua vida,
tornando o também tradutor e exegeta
um alvo e uma figura conhecida.

Aos trinta e nove o nosso herói do verso
conheceu sua musa --- graça a maior:
mas antes que completo o multiverso
visse o giro de cinco anos desse amor

catástrofes se abateram sobre este
que agora por onde quer que passa
carrega a sombra triste e agreste
do poeta que perdeu a graça.


IJS (Curitiba, 01/05/2017)

quarta-feira, abril 19, 2017

NUM ANIVERSÁRIO DA MORTE DE LORD BYRON

*
__Hoje vou ensinar como é a estrofe
__Que um lorde inglês usou num certo poema
__No qual versou de si tal qual mau bofe
__Que faz da própria vida o velho tema
__Fingindo que o fazer não tem problema:
__A estrofe chama-se “spenseriana”,
__E as rimas se intercalam neste esquema,
__Em nove versos feito este sacana
Aqui compõe e assina: Ivan Justen Santana.

ijs

terça-feira, abril 04, 2017

Elegia 2017

*
Caí em desgraça
co´a musa mais bela
e agora sem raça
meu potro se atrela.
Meu sonho sacode
do bolso de poemas:
não saco uma ode
sem estratagemas
e estratos de gemas:

componho umas flores
nos versos das dores.

ijs
__

quarta-feira, março 22, 2017

VOCÊ (NO DIA DO SEU ANIVERSÁRIO)

*
Você
queria ser
Mallarmé:
mala
você
já é.

Você
queria ser
um Rimbaud
mas nem
o fogo
você
roubou.

Você
queria ser
um sacana
dum artista
mas se
cansou até
de fazer
essa
lista.


ijs

quinta-feira, março 02, 2017

Este soneto vai para Wagner Schadeck, Caio Tardelli, Rodolfo Jaruga, e Thadeu Wojciechowski

*
Eu sei que mais ninguém dá trela a versos
e que a leitura é coisa descolada
da realidade de quem sabe um nada
e opina em tantos temas controversos.
E sei também o quanto são perversos
os poucos que controlam a mão armada
da mídia a tratar todos qual manada
enquanto os temas sãos ficam submersos.
Mas sei também dessas aspirações
estranhas que cantou um poeta alerta
às músicas e às cores dos seus sons
e às notas dum perfume que desperta
a gargalhada oculta no sorriso
interno que empetala o chão que piso.

ijs
*

domingo, fevereiro 26, 2017

Hoje troquei a imagem-cabeçalho deste blogue...

E aqui vai um poema meu que o Roberto Prado postou na rede social que cada vez mais tem virado sinônimo de internet aos desavisados sempre de plantão.


hoje vou tirar a alma da lama
falar baixo a quem me odeia
e calar fundo em quem me ama

IJS

domingo, fevereiro 19, 2017

Dois poemas que merecem transcrição...

Conforme alguns dos leitores desse blog sabem, e outros possivelmente nem soubessem se eu não comentasse aqui, um grande amigo meu e da minha turma de poetas parceiros de composições musicais e outras nem tanto, aqui em Curitiba, morreu na semana passada.

Edilson Del Grossi é talvez o mais marginal de nós marginais, e nunca chegou a publicar um livro-solo de poemas. Ele costumava compor em parceria, especialmente com o Antonio Thadeu Wojciechowski, o Sérgio Viralobos, o Chico "Capetão" Cardoso, o Edson de Vulcanis, entre outros meliantes que ainda não perderam seu latim.

Então aqui estão dois poemas excepcionalmente compostos a apenas duas mãos pelo Edilson, e que merecem entrar em qualquer antologia da poesia curitibana, paranaense, brasileira e intergalática (completa ou incompleta:)


POETA LAVANDO ROUPA

O tanque e o poeta
saíram pra conversar.
Um falando de guerra,
o outro falido de amar.

Quando as explosões começaram
o poeta fingiu de morto.
O tanque, muito vivo,
pensava só em seu corpo.

Um indiferente:
tanto faz morrer ou matar.
O outro segue em frente:
o mundo é pra passear.

Edilson Del Grossi
__

DEZ MIL ANOS EM BUSCA DO AMOR

Dez mil anos anos em busca do amor
que nos redimisse.
O poeta, mais que todos,
vem sofrendo dessa tolice.

Como é esquisito
ver um homem bonito,
forte, inteligente,
consumir-se nessa patetice!?

Como se no país das maravilhas
só existisse ele,
e não Alice.

Edilson Del Grossi
__


terça-feira, fevereiro 14, 2017

Presente do Dia de São Valentino

pra Faena Figueiredo Rossilho:

MONSTRUOSA BELEZA QUE NUNCA MORREU: TENS LUGAR À MESA ANTERIOR AO MEU

Quero amar apenas
desse amor completo
que mesmo nas curvas
vai direto e reto:
pois sou gente humana
com medo e receio
e este poema emana
seu fim pelo meio.
Tanto sentimento
sempre expresso a ela:
minha amada e templo
onde acendo a vela;
minha companheira,
minha companhia,
minha vida inteira
em meio à poesia;
minha celebrada,
festejada minha:
vinha a qualquer nada
e fez toda a linha;
minha Faeninha,
minha linda amada:
pena da almofada
da fada madrinha;
este poeminha
você já esperava
qual graça marinha
do seu rio de lava
que aqui encaminha
só mais um versinho
e um fogo no incenso
e um fumo mais denso
e vamos ao vinho.

ijs
__

quarta-feira, fevereiro 01, 2017

Não é sempre que o pai da sua namorada faz sessenta anos de idade...

*
SESSENTA
(Ao Cesar Rossilho)

A vida está completa
Do ser humano em chama
Que mesmo sem resposta
Completa os seus sessenta

Com tudo que ele acerta
E tudo que ele ama
E tudo que ele gosta
E tudo que ele aguenta.


ijs
__