terça-feira, maio 23, 2017

Mais um buquê com dez limeriques que até que dão pro gasto, não?

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Havia um poeta funesto
Que além de tristonho era mesto;
Viveu entre os tais
E entre os marginais
Foi tido como o mais honesto.
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Havia um poeta inconteste
Que fez meio verso que preste;
Depois de estudar
Veio a se diplomar
Doutor em poesia rupestre.
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Havia um poeta pedestre:
Achava-se um mestre entre os mestres;
Entrou para a história
Coberto de glória:
Cavalo em monumento equestre.
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Havia uma deusa dos jogos
Chamada Caíssa, e seu lógos
Não dava repúdio
Pois era interlúdio
Da vida e de todos seus fogos.
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Havia um moleque Ricardo
Que tinha estatura de bardo:
Não era vagal
E seu nome - Chacal -
Ecoa em jograu goliardo.
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Havia uma música míope
Mais bela do que Calíope:
Tocava sem pauta
Violão, banjo e flauta
Na banda dum médico etíope.
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Havia um poeta medíocre
Que achava que a rima era tudo:
Porém neste caso
Não deu muito certo
E acaba sem rima o poema.
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Havia um humano sujeito
Que achava esse mundo imperfeito:
Bolou muitos planos
E após muitos anos
Morreu: e só assim teve jeito.
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Havia um velhinho careta:
fazia poesia concreta;
mas era bem quisto
bem mais do que o quisto
sebáceo do velho poeta.
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Havia um versinho maroto
Com rimas achadas no esgoto:
Chorava sorrindo,
Sorria chorando,
Assoviando "Bichos Escrotos"!
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Havia uma garota exótica
Que tinha visão hipnótica:
Sofreu um processo
Que trouxe o sucesso
Perdoada mesmo sendo erótica...

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