domingo, fevereiro 26, 2017

Hoje troquei a imagem-cabeçalho deste blogue...

E aqui vai um poema meu que o Roberto Prado postou na rede social que cada vez mais tem virado sinônimo de internet aos desavisados sempre de plantão.


hoje vou tirar a alma da lama
falar baixo a quem me odeia
e calar fundo em quem me ama

IJS

domingo, fevereiro 19, 2017

Dois poemas que merecem transcrição...

Conforme alguns dos leitores desse blog sabem, e outros possivelmente nem soubessem se eu não comentasse aqui, um grande amigo meu e da minha turma de poetas parceiros de composições musicais e outras nem tanto, aqui em Curitiba, morreu na semana passada.

Edilson Del Grossi é talvez o mais marginal de nós marginais, e nunca chegou a publicar um livro-solo de poemas. Ele costumava compor em parceria, especialmente com o Antonio Thadeu Wojciechowski, o Sérgio Viralobos, o Chico "Capetão" Cardoso, o Edson de Vulcanis, entre outros meliantes que ainda não perderam seu latim.

Então aqui estão dois poemas excepcionalmente compostos a apenas duas mãos pelo Edilson, e que merecem entrar em qualquer antologia da poesia curitibana, paranaense, brasileira e intergalática (completa ou incompleta:)


POETA LAVANDO ROUPA

O tanque e o poeta
saíram pra conversar.
Um falando de guerra,
o outro falido de amar.

Quando as explosões começaram
o poeta fingiu de morto.
O tanque, muito vivo,
pensava só em seu corpo.

Um indiferente:
tanto faz morrer ou matar.
O outro segue em frente:
o mundo é pra passear.

Edilson Del Grossi
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DEZ MIL ANOS EM BUSCA DO AMOR

Dez mil anos anos em busca do amor
que nos redimisse.
O poeta, mais que todos,
vem sofrendo dessa tolice.

Como é esquisito
ver um homem bonito,
forte, inteligente,
consumir-se nessa patetice!?

Como se no país das maravilhas
só existisse ele,
e não Alice.

Edilson Del Grossi
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terça-feira, fevereiro 14, 2017

Presente do Dia de São Valentino

pra Faena Figueiredo Rossilho:

MONSTRUOSA BELEZA QUE NUNCA MORREU: TENS LUGAR À MESA ANTERIOR AO MEU

Quero amar apenas
desse amor completo
que mesmo nas curvas
vai direto e reto:
pois sou gente humana
com medo e receio
e este poema emana
seu fim pelo meio.
Tanto sentimento
sempre expresso a ela:
minha amada e templo
onde acendo a vela;
minha companheira,
minha companhia,
minha vida inteira
em meio à poesia;
minha celebrada,
festejada minha:
vinha a qualquer nada
e fez toda a linha;
minha Faeninha,
minha linda amada:
pena da almofada
da fada madrinha;
este poeminha
você já esperava
qual graça marinha
do seu rio de lava
que aqui encaminha
só mais um versinho
e um fogo no incenso
e um fumo mais denso
e vamos ao vinho.

ijs
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quarta-feira, fevereiro 01, 2017

Não é sempre que o pai da sua namorada faz sessenta anos de idade...

*
SESSENTA
(Ao Cesar Rossilho)

A vida está completa
Do ser humano em chama
Que mesmo sem resposta
Completa os seus sessenta

Com tudo que ele acerta
E tudo que ele ama
E tudo que ele gosta
E tudo que ele aguenta.


ijs
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