O AMOR DE UMA LARANJA
(Dahlia Ravikovitch)
Uma laranja amou mesmo
O homem que a comeu.
Banquete aos olhos
É um belo repasto;
Coração honesto
Ao olhar guloso.
Um limão zombou:
Tenho mais sapiência.
Um cedro se doeu:
E, de fato, morrerás!
E quem pode reviver
Um ramo que secou?
O limão instigou:
Ó tolo, sê sábio.
O cedro se ardeu:
Calúnia e pecado!
Arrepende-te logo,
Eu desprezo o tolo.
Uma laranja amou mesmo
Com amor e seu corpo
O homem que a comeu,
O homem que a puniu.
Uma laranja amou mesmo
O homem que a comeu,
Ao carrasco ela deu
A carne aos dentes.
Uma laranja, consumida
Pelo homem que a comeu,
Invadiu a pele dele
Até a carne por baixo.
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vb:ijs
FONTE: Revista "Poetry", Abril, 2009. The Translation Issue. P. 24. O original é em hebraico, e traduzi a partir da tradução ao inglês por Chana Bloch e Chana Kronfeld.
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