Chegamos a Natal em mês de festa
Pois Natal vive em festa o ano inteiro:
Suas paisagens são feito seresta
E mais não fosse de Janeiro o mês
Todo mês em Natal é mês festeiro,
Todo dia em Natal, dia de Reis.
A chegada a Natal, para quem chega
E se depara com a Ponta Negra,
A quem, parco poeta, flagra ali
O mar de Cotovelo e Pirangi,
E redescobre em si sua alma a nu,
Sentindo o quanto o coração se agita
Subindo as dunas de Genipabu,
Perlustrando as pedras de Santa Rita,
Enfim, a este verboso cantador,
Que no Nordeste purgou com suor
A dor de ser assim seja onde for,
Essa ideia-rima vem tão banal
Mas nunca surgiria diferente
Pois, do passado ao futuro, Natal
É realmente bem mais que um presente.
Neste estado do Rio Grande do Norte
Ficamos eu e minha nega Gianna
Em êxtase por esta enorme sorte
De vosso bardo Ivan Justen Santana,
Pois lá tivemos um tão grande aporte
Da parte do pai da dita Gianna:
Márcio Roland, anfitrião galante
E então feliz aniversariante.
Márcio e sua bela Waleska Maux
Nos receberam com comes e bebes –
Cervas, caranguejos, nada faltou
Para tornar nossas almas mais leves.
Já os corpos... Bem, foram repletos
Na hospitalidade dos muitos tetos:
Nos lares de Artúnio, pai de Waleska,
E Herildo, bom amigo desta mestra.
Merece uma menção especial
A praia em que ficamos por dois dias,
Após sair saudosos de Natal:
Foi lá que vi falésias, fantasias
De paisagens, de miragens, e as fadas
Flutuando pelas casas e pousadas –
Lá o azul era um azul mais azul:
Na Praia da Pipa, em Tibau do Sul.
Lá, sorvendo sururus e cervejas,
Confesso que sofri certas invejas
Pois à mesa chegou um cantador
Cujo nome, disse ele, era Saraiva.
Cantou tão bem este improvisador
Que, sorrindo, no fundo senti raiva,
Largada agora, ao provar meu valor
Nestes versos, em vã arte maior.
Agora vou falar de outra cidade
Onde curtimos muitos bons momentos
E quando eu tiver mais felicidade
Versarei ainda mais sobre tais tempos.
Mas chega de versar e rimar em decassílabos
Que já cansei de oitavações que tais –
As rimas podem ficar lá com os ílabos
Das sílabas dos vates ancestrais.
João Pessoa é uma cidade linda,
Não pela específica pessoa deste João,
Mas por todas e quaisqueres – as de lá – pessoas,
Afinal, para este alguém que sim também
Pois não e pois então sou um Ivan,
Sou um Jean, sou um Johann, e sou um John,
Sou Giovanni, Iokanan, e sou João.
João Pessoa é uma cidade linda
Assim também por sua maneira brejeira,
No som com que seu nome ressoa
E a faz ser ainda mais que capital da Paraíba
Pois lá, a este modesto cidadão de Curitiba,
A vida foi tão bela, tão bela e tão boa
Naquela dita cidadela de João Pessoa.
Lá curtimos de relance um show de Pitty –
E por mais que essa lembrança à Gianna irrite
Vou confessar: a mim esta cantora
Revela-se simples, requintada compositora.
Declaro então, emprestando dum seu refrão
Uma palavra que, fofa ou feia, não me incomoda:
A Pitty é realmente muito foda.
E assim eu verso respeitando a regra
Ou mesmo me largando dela sem arranco,
Compondo em forma que ao ouvido alegra
Seja em sonora rima, seja em verso branco.
E ainda que a consoante perca a prega
Ou que as palavras se repitam, o final é franco:
Salve a beleza potiguar na Ponta Negra –
Salve o sossego paraibano em Cabo Branco!
sexta-feira, janeiro 29, 2010
sexta-feira, janeiro 22, 2010
POSTANDO POR POSTAR (ou UM CABRA DA PESTE NO NORDESTE...)
quarta-feira, janeiro 06, 2010
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