quinta-feira, abril 07, 2011

Ressaca do "espetáculo" de ontem

Então foi assim:

- eu pensei que íamos fazer a abertura, preparamos uma série "breve" de sete canções;

- em vez disso, o plano da organização foi que tocássemos depois do Carlos Machado e das récitas do caro amigo Fernando Koproski;

- entramos nervosos: eu, pelo menos, estava uma pilha de nervos; meu comparsa William apresentava indisfarçavelmente o agravante da ingestão de álcool, para "acalmar"; já o Edílson, que só havia tocado duas vezes conosco, uma no "ensaio aberto" no Wonka (no meu aniversário) e outra no único ensaio que fizemos juntos, estava mais tranquilo;

- em vez de dar um intervalo de uns dez minutos, que eu devia ter chamado pra reunir forças e dar oportunidade ao público de se reagrupar, fomos lá e ansiosamente atacamos o primeiro número, enquanto metade do dito público se dispersava pela sala, pra conversar, aproveitar o coquetel, e assim nos providenciar um "caloroso" ruído de fundo (isso ajudou muito na nossa concentração e no entrosamento auditivo e de conjunto, sem retorno e isolados uns dos outros - mas nada disso justifica o nosso fiasco diante de quem teve a sacrossanta educação e paciência de permanecer na plateia);

- erramos muito em todos os números, com o agravante de estar diante da Lívia, compositora de uma das canções ("Nunca houve uma mulher como Gilda"); não anunciei título nem autoria da canção "Se o Marcos Prado fosse o James Joyce" (Rodrigo Barros / Thadeu Wojciechowski/ Ferreira / Renato Quege / Sérgio Viralobos / Edílson Del Grossi); consegui confundir até o Filippo, que veio pra curtir e a quem depois tive que explicar que a Lívia não é autora da nossa versão de "Like a Rolling Stone" ("Como uma pedra rolante"), a qual executamos com requintes de crueldade, desconcatenação e desentrosamento;

Portanto:

será este o triste fim
dos Dublês de Dublin?
Talvez não, mas quem sabe sim:
eu, de minha parte,
não me convidaria mais pra tocar em lugar nenhum,
quanto mais num museu de arte.

Não obstante, sem amor nem ódio,
percam (ou não) o próximo episódio.

2 comentários:

tecatatau disse...

pode ser que não, mas creio que sim. hasta.

Anônimo disse...

EM OFF CIO

Oras, não me amole!
Tim Maia

Nada de emprego. Então, descanso em meu barraco.
Bancar de estrela pop – ulular eu não quero.
Já basta ouvir nos fios chilrear o quero-quero
E em paz permanecer fumando um bom tabaco.

É bom ter sempre a mão de tira-gosto um naco,
Para que o paladar aguente o que vier: o
Vinho ou a cerveja, iguais são o samba e o bolero.
Complementam-se ambos, como diria o polaco.

"Há muito desemprego!" – E o que eu tenho com isso?
Se há alguma escravidão está no haver serviço,
Ao que submetem-se uns, pensando que esse emprego

Lhes traga algum conforto estando aposentados.
Por causa disso eu não quero estar já cansado
Para ter um descanso. O que eu quero é sossego!


Gerico Maldine