Depois de garimpar [já tinha feito isso na "vida real"] na rede isso aqui [traduções feitas por Leminski publicadas na revista Remate de Males, da Unicamp], resolvo transcrever um dos poemas, porque deslizaram na transcrição e não respeitaram um "enjambement" [quando um verso continua no outro] -- é uma tradução de um soneto enigmático do italiano Antonio Malatesti (1610-1672), da centúria de sonetos La Sfinge, publicada originalmente em Florença, em 1643. Teorias sobre o significado do poema serão muito bem-vindas nos comentários...
eu vi em terra um homem fazer dona
depois de uma tela ter por terra
e de mostrar, por homem, a terra
sob terra tela e sobre terra dona
não era mais que sombra enfim a dona
mais que sombra e que tela enfim a terra
quem vive de sombra e tela na terra
é quem fazia em tela sombra à dona
tal força com sombras tinha este homem
que transformava dona, terra e tela
no loiro metal que contenta ao homem
quero ver se é possível que uma tela
intrincada, destrinchar saiba um homem
que diga quem a dona, a terra, a tela
Malatesti vertido por Leminski
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4 comentários:
OBRIGADO LEMINSKI!
OBRIGADO IVAN!
Puerras!!!!!
Aqui tem o original inteiro http://www.giochidelloca.it/storia/malatesti_1.pdf
cuja parte final é 'L'Edipo, ovvero, Dichiarazioni degli enigmi' :D
104. [PARTE SECONDA]
Io vidi in terra un uom fare una donna,
dopo una tela aver messa sotterra,
e mostrare in virtù dell'uom la terra
sotterra tela, e sopratterra donna.
Non era altro che ombra al fin la donna,
altro ch'ombra, e che tela al fin la terra,
e l'uom, che vivea d'ombre e tele in terra,
era che facea in tela ombra alla donna.
Tanta forza con l'ombre avea quest' uomo,
che trasformava donna, terra, e tela,
in quel biondo metal che piace all' uomo.
Or vedrò, s'è possibil ch'una tela,
così intrigata, strigar sappia un uomo,
che dica chi era donna, terra, e tela.
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