“Nuvens negras são ótimas pra escrever poesia infravermelha.”
Foi essa a frase que um amigo me escreveu numa mensagem de correio eletrônico.
É frase proveitosa aqui pra eu seguir nessa de “prosa”.
Pois sim, pra mim, fazer prosa assim (tipo assim, mesmo disfarçando que no fundo são só versinhos, sim, cortem direito que saem até dodecassílabos, mas enfim...) fazer prosa assim é traição à minha musa mítica, porém como agora minha musa de verdade é também de carne e osso, e além de musa é uma graça (sim, uma graça com nome de graça, e que não veio “de graça”) que atende pela graça de Faena, enfim, sendo assim vou versificar o momento político e tipológico e (tipo: lógico!) escatológico que se passa, usando isso que imagino ser linguagem infravermelha, diante das forças ultravioletas que se nos por diante mobilizam:
sole um solo antes
que o sol nos assole –
– o fim do mundo acabou
mas agora começa o início
do final do meio:
sim: do meio ambiente
e você não tem nada
a ver com isso:
repita até se convencer
enquanto consegue evitar
os choques dos nãos
e aquele seu próprio não
guardado logo ali
na sua própria mão –
e ainda assim,
sim,
ainda enfim
sobrou mais um
tempinho aqui
pra mais uma
canção:
...
ijs
*