Pois então: o futebol aí e você nem tóin no treco, o Bloomsday acontecido e você finge que nem tchuns na parada, os amigos pintando e bordando e você dormindo cedo, o trabalho sempre naquelas mas até que vai bem porém você numas bem numas, a massa de ar quente deixando os dias azuis e você nublado, chuvoso, seco, sóbrio, apoplético, abúlico, sonambúlico, e na falta de maiores adjetivos: um neca, um nada, um zero à esquerda da esquerda do zero à esquerda...
E aí faz um poema: uma porcaria de poema autocomiserativo, falso, falso feito o seu estado de animação suspensa, feito sua cara de vou tocando a vida parece que em ponto morto, mas enfim: vá lá: uma porquice dum poema, e pra que serve essa coisa-blog então?
Posta essa bosta logo!
Aí está:
Não reclame, Ivan,
Não choramingue:
Aí está tua TV:
Perto, perto,
Muito perto
E sempre perto de você.
Não se queixe, Ivan,
Também tem a família,
Que te ama e te provê:
Perto, perto,
Muito perto
E sempre longe de você.
E tua filha, Ivan,
Ela é magnífica,
E te traz razão de ser:
Perto, longe,
Muito longe
E sempre longe de você.
Tem também, Ivan,
A tua amada,
Que te admira e que te lê:
Longe, longe,
Muito longe
E sempre longe de você.
sexta-feira, junho 23, 2006
quinta-feira, junho 01, 2006
Diagnóstico instantâneo
Você é muito inteligente,
está cheio de conhecimento,
mas permite que isso alimente sua insuportável arrogância.
Você não sabe amar direito:
é um filho, um cônjuge e um pai frustrante e frustrado.
E agora ainda escreve isso
esperando que tenham pena de você.
Quando é que você vai acordar, Ivan?
está cheio de conhecimento,
mas permite que isso alimente sua insuportável arrogância.
Você não sabe amar direito:
é um filho, um cônjuge e um pai frustrante e frustrado.
E agora ainda escreve isso
esperando que tenham pena de você.
Quando é que você vai acordar, Ivan?
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