riocorreria,
pós a d’Eva e Adão,
de curva costeira a dobra de baía,
nos traz por um cômodo vício de recirculação
de volta a Holo Caostelo Earredores.
Sir Tristrão,
violério d’amores,
d’além do curto mar
tinha indanão rearribado—
nem rearribará nem rearribou nem rearriba:
a Lívia-Liffey que nem vai nos levar
não passa na nossa Curitiba,
Marcos Prados não são James Joyces,
cavalos dados não se acusam os coices
e dos arredores
vão se os arres, ficam as dores.
Sejamos, então, além de escritores,
além de nossos próprios leitores,
além de violadores de amores,
nossos próprios roedores.
*
quarta-feira, março 30, 2011
terça-feira, março 29, 2011
TRÊS PLANOS DE FUGA (em 29/03)
Convidar a lebre de março pra disputar uma corrida contra o coelho, a onça, o sapo, a rã, o jacaré, a salamandra, o cágado, a lacraia, o jabuti e a tartaruga.
Procurar postagem com poema e comentário do meu caro amigo incendiário e salafrário que se autodenomina e assim assina com o singelo pseudônimo de Ruga.
Comemorar o aniversário da cidade aparecendo à noite no bar Wonka a fim de fruir a leitura de As Ruínas de Troia, pelo autor, o meu prezado Rodolfo Jaruga.
Procurar postagem com poema e comentário do meu caro amigo incendiário e salafrário que se autodenomina e assim assina com o singelo pseudônimo de Ruga.
Comemorar o aniversário da cidade aparecendo à noite no bar Wonka a fim de fruir a leitura de As Ruínas de Troia, pelo autor, o meu prezado Rodolfo Jaruga.
sexta-feira, março 25, 2011
MAIS UMA AQUARELA EM A-E-I-O-U
Sabes da necessidade da arte
e do que nessa cidade dar-te.
Sei dos de repentes do verde
e o verso impossível viver de.
Assim sim enfim enlouqueci
pero que no quiçá pero que si.
Somos só sons monstros de monos
nos solos que osmóticos demo-nos.
Num mundo cru cruel a zebu e a gnu
imune a um bugre de e em cor a nu.
*
e do que nessa cidade dar-te.
Sei dos de repentes do verde
e o verso impossível viver de.
Assim sim enfim enlouqueci
pero que no quiçá pero que si.
Somos só sons monstros de monos
nos solos que osmóticos demo-nos.
Num mundo cru cruel a zebu e a gnu
imune a um bugre de e em cor a nu.
*
segunda-feira, março 21, 2011
VENHA AO MEU ANIVERSÁRIO
Venha ao meu aniversário,
terça à noite, no bar Wonka:
poderemos conversar e o
meu conjunto mete bronca!
Sim: os Dublês de Dublin
apresentar-se-ão por lá:
todo público é bem-vin-
do e diversão mór não há!
Então quebre tudo em cima,
perna e pés e metro e rima,
beba vinho, água ou malte,
o que quer que for, não falte!
*
terça à noite, no bar Wonka:
poderemos conversar e o
meu conjunto mete bronca!
Sim: os Dublês de Dublin
apresentar-se-ão por lá:
todo público é bem-vin-
do e diversão mór não há!
Então quebre tudo em cima,
perna e pés e metro e rima,
beba vinho, água ou malte,
o que quer que for, não falte!
*
sábado, março 19, 2011
ACORDO, LIGO O COMPUTADOR E...
O que será que será que está causando toda esta cizânia?
Ora se não é com o lance lá do blogue milionário da Bethânia?!
Mas não será já interessante a discussão nos revelar a insânia?
Será que a grana basta a desculpar cupânia e achar achânia?
Ou melhor ser gasta assim antes que algum malandro afane-a?
Ou não inventem de gastá-la num Rally de Scânia à Mauritânia?
Ou bem nalgum projeto educativo memorial do césio de Goiânia?
Será que a artista agora vai mudar seu nome pra Maria Afrânia?
Ou será um não-me-toque-em-mim por isso essa voz tamanha?
E se a poesia vale tanto, a minha rima aqui quanto é que ganha?
Não sei. Conforme cantam, a vida é tão rara, e tão estranha
que hoje todo poeta brasileiro amanheceu com cara de Bethânia.
*
Ora se não é com o lance lá do blogue milionário da Bethânia?!
Mas não será já interessante a discussão nos revelar a insânia?
Será que a grana basta a desculpar cupânia e achar achânia?
Ou melhor ser gasta assim antes que algum malandro afane-a?
Ou não inventem de gastá-la num Rally de Scânia à Mauritânia?
Ou bem nalgum projeto educativo memorial do césio de Goiânia?
Será que a artista agora vai mudar seu nome pra Maria Afrânia?
Ou será um não-me-toque-em-mim por isso essa voz tamanha?
E se a poesia vale tanto, a minha rima aqui quanto é que ganha?
Não sei. Conforme cantam, a vida é tão rara, e tão estranha
que hoje todo poeta brasileiro amanheceu com cara de Bethânia.
*
sábado, março 12, 2011
Flagrando-se...
FLAGRANDO-SE NA IMPOSSIBILIDADE DE EXPRESSAR SUA PERPLEXIDADE DIANTE DA PRECARIEDADE DA EXISTÊNCIA IVAN ESBOÇA E CONJUMINA ESTE ANTIPROPEDÊUTICO SONETO O QUAL ANUNCIA A INTRÍNSECA OPACIDADE NÃO OBSTANTE APRESENTAR ALGUMA ARTE EM SUAS SONORAS E VELADAS OPALESCÊNCIAS
Nesta Terra mais que tenra a vaca tussa
Pelo amor dessa coceira a qual não coça:
Pede peça sua caça ganha coça
No nariz que a face oculta inculta fuça.
Não se aclara tal verbal escaramuça
Nem se alguma pena de anjo azul lhe roça,
Pois coceira peça caça coça roça
São sinais de a coisa estar já mais que russa.
Se em tal poça vê-se a fossa levadiça
A qual separa e junta o que não interessa
Ao que diga se a verdade assim se passa
Quem interpretar tais versos sem preguiça
Sinta como essa nossa cabeça avessa
Se debruça engrossa enguiça engessa amassa.
*
Nesta Terra mais que tenra a vaca tussa
Pelo amor dessa coceira a qual não coça:
Pede peça sua caça ganha coça
No nariz que a face oculta inculta fuça.
Não se aclara tal verbal escaramuça
Nem se alguma pena de anjo azul lhe roça,
Pois coceira peça caça coça roça
São sinais de a coisa estar já mais que russa.
Se em tal poça vê-se a fossa levadiça
A qual separa e junta o que não interessa
Ao que diga se a verdade assim se passa
Quem interpretar tais versos sem preguiça
Sinta como essa nossa cabeça avessa
Se debruça engrossa enguiça engessa amassa.
*
quarta-feira, março 09, 2011
A BELEZA E A AGONIA
Disse a Agonia em êxtase:
— Não acredito em você, Beleza?!
A Beleza respondeu com ênfase:
— Feia como você, eu estaria na mesma.
— Mas você só consegue ser você mesma?
— É o máximo que eu consigo.
— Eu se fosse você punha as cartas na mesa.
E a Beleza, sentindo-se em perigo:
— Já não me falta mais nenhum inimigo.
Antonio Thadeu Wojciechowski
Ivan Justen Santana
Octavio Camargo
*
— Não acredito em você, Beleza?!
A Beleza respondeu com ênfase:
— Feia como você, eu estaria na mesma.
— Mas você só consegue ser você mesma?
— É o máximo que eu consigo.
— Eu se fosse você punha as cartas na mesa.
E a Beleza, sentindo-se em perigo:
— Já não me falta mais nenhum inimigo.
Antonio Thadeu Wojciechowski
Ivan Justen Santana
Octavio Camargo
*
domingo, março 06, 2011
PEDIU TANTO QUE ACABOU LEVANDO...
*
Assim como sempre vens,
Teu dia de anos já vinha:
Então tó meus parabéns,
Minha querida Gianninha!
Do jeito que fazes anos,
Do jeito que amor é love,
Meus versos curitibanos
Celebrem teus 29!
Que esta data se repita
Muitas vezes, com carinho
(Conforme aqui fica a escrita)
Do teu poeta Ivanzinho...
*
Assim como sempre vens,
Teu dia de anos já vinha:
Então tó meus parabéns,
Minha querida Gianninha!
Do jeito que fazes anos,
Do jeito que amor é love,
Meus versos curitibanos
Celebrem teus 29!
Que esta data se repita
Muitas vezes, com carinho
(Conforme aqui fica a escrita)
Do teu poeta Ivanzinho...
*
sábado, março 05, 2011
quinta-feira, março 03, 2011
AUTOCRÍTICA COLETIVISTA UNIVERSAL DO REINO DE CURITIBA
Vou cortar isso em versos
graças aos meus cacoetes de poeta,
e pra eu não ficar com a impressão
de que assim traí aqui as minhas musas.
Entretanto relaxem e aproveitem
que agora é quase prosa e lá vem a história:
após presenciar os debates
sobre a programação da nossa rádio estatal
(vide aqui, ali e acolá)
me veio a impressão
de que nós do Paraná
(os de Curitiba em especial)
temos a vocação de sermos
chatos.
É.
Chatos.
Ou, no mínimo, chatonildos.
Basta um piá que mal saiu da escola
aprender um pouco sobre qualquer assunto
e pronto,
abracadabra e vualá!:
surge um novo chato-crítico,
que após eleger suas poucas preferências
entre as expressões máximas e mais clássicas
da área escolhida,
a seguir passa a condenar tudo mais
ao mesmo inferno inapelável
de lixo ordinário.
Basta também alguém mal iniciar
numa carreira artística
(literária, musical, arquitetônica, etcétera e afins)
pra surgir, noutro passe de mágica,
o chato-artista,
que se especializará
em empurrar suas primas produções
(geralmente de médias a quase-horrendas)
goela abaixo de quem quer que se sujeite
a prestar-lhe uns pingos de atenção.
E raramente o chato-crítico evoluirá
a uma visão equilibrada.
Ao contrário, gastará todos os cartuchos
influenciando quem estiver ao seu alcance
e incomodando quem tiver opinião própria divergente.
E raramente o chato-artista evoluirá
aos domínios técnicos e expressivos de sua arte.
Ao contrário, gastará todos os cartuchos
desinfluenciando os incautos ao seu alcance
e incomodando quem tiver senso crítico equilibrado.
Portanto,
agora eu rogo aos meus contemporâneos
e principalmente às novas gerações insurgentes:
chega de aceitar a nossa chatônica chatice congênita!
Nós já abusamos do direito de ser chatos médios,
ou pequenos ou de máxima grandeza.
Daqui por diante,
pra variar um pouco e totalmente,
vamos concentrar todos nossos esforços
em equilíbrio e competência,
e melhor ainda: em excelência.
Excelência combinada com virtudes como:
abertura ao diálogo,
postura digna e humilde
e consciência do próprio valor,
mas nunca prepotência,
idiotia, abstrusidade e solipsismo.
Nunca mais mediocrões metidos a gênios,
mas sim, ao reverso, absolutamente gênios
e absolutamente simples e espontâneos,
não posemos mais nem de coitados nem de fascistoides.
Vamos combinar o seguinte:
crítico(a)s, artistas e consumidore(a)s de cultura
nessa nossa cidade de Curitiba:
a partir de agora, todos vocês (todos nós)
não têm (não temos)
mais o direito de ser nada além de
incríveis, geniais, elegantes, simples, bons(boas),
culto(a)s, educado(a)s, equilibrado(a)s, bem disposto(a)s
camaradas e mortalmente inteligentes,
almejando e atingindo
sempre o máximo padrão de excelência
em todas as áreas da cultura
e do comportamento humano.
Que tal?
Está bom assim pra todos
ou poderia ser ainda melhor?
Hein? Hein?
*
graças aos meus cacoetes de poeta,
e pra eu não ficar com a impressão
de que assim traí aqui as minhas musas.
Entretanto relaxem e aproveitem
que agora é quase prosa e lá vem a história:
após presenciar os debates
sobre a programação da nossa rádio estatal
(vide aqui, ali e acolá)
me veio a impressão
de que nós do Paraná
(os de Curitiba em especial)
temos a vocação de sermos
chatos.
É.
Chatos.
Ou, no mínimo, chatonildos.
Basta um piá que mal saiu da escola
aprender um pouco sobre qualquer assunto
e pronto,
abracadabra e vualá!:
surge um novo chato-crítico,
que após eleger suas poucas preferências
entre as expressões máximas e mais clássicas
da área escolhida,
a seguir passa a condenar tudo mais
ao mesmo inferno inapelável
de lixo ordinário.
Basta também alguém mal iniciar
numa carreira artística
(literária, musical, arquitetônica, etcétera e afins)
pra surgir, noutro passe de mágica,
o chato-artista,
que se especializará
em empurrar suas primas produções
(geralmente de médias a quase-horrendas)
goela abaixo de quem quer que se sujeite
a prestar-lhe uns pingos de atenção.
E raramente o chato-crítico evoluirá
a uma visão equilibrada.
Ao contrário, gastará todos os cartuchos
influenciando quem estiver ao seu alcance
e incomodando quem tiver opinião própria divergente.
E raramente o chato-artista evoluirá
aos domínios técnicos e expressivos de sua arte.
Ao contrário, gastará todos os cartuchos
desinfluenciando os incautos ao seu alcance
e incomodando quem tiver senso crítico equilibrado.
Portanto,
agora eu rogo aos meus contemporâneos
e principalmente às novas gerações insurgentes:
chega de aceitar a nossa chatônica chatice congênita!
Nós já abusamos do direito de ser chatos médios,
ou pequenos ou de máxima grandeza.
Daqui por diante,
pra variar um pouco e totalmente,
vamos concentrar todos nossos esforços
em equilíbrio e competência,
e melhor ainda: em excelência.
Excelência combinada com virtudes como:
abertura ao diálogo,
postura digna e humilde
e consciência do próprio valor,
mas nunca prepotência,
idiotia, abstrusidade e solipsismo.
Nunca mais mediocrões metidos a gênios,
mas sim, ao reverso, absolutamente gênios
e absolutamente simples e espontâneos,
não posemos mais nem de coitados nem de fascistoides.
Vamos combinar o seguinte:
crítico(a)s, artistas e consumidore(a)s de cultura
nessa nossa cidade de Curitiba:
a partir de agora, todos vocês (todos nós)
não têm (não temos)
mais o direito de ser nada além de
incríveis, geniais, elegantes, simples, bons(boas),
culto(a)s, educado(a)s, equilibrado(a)s, bem disposto(a)s
camaradas e mortalmente inteligentes,
almejando e atingindo
sempre o máximo padrão de excelência
em todas as áreas da cultura
e do comportamento humano.
Que tal?
Está bom assim pra todos
ou poderia ser ainda melhor?
Hein? Hein?
*
Assinar:
Postagens (Atom)