*
ÚLTIMA ROSA ESTIVAL
Última rosa estival
Sozinha desabrocha;
As amáveis colegas
Jazem qual rocha;
Nenhuma outra rosa
Sequer em botão
Reflete o rubor,
Rebate o rumor.
Não te largo, rara!
No caule, de vela;
Se as amáveis dormem
Vai! Dorme com elas.
Gentil já disperso
As folhas na cama
Onde as coleguinhas
Jazem sem aroma.
Possa eu te seguir
Se amizades sequem
E do anel do Amor
As gemas despenquem.
Se os peitos pulsantes
De todas se forem,
Alguém viveria
Num mundo sem flores?
Thomas Moore (1779 - 1852)
Ivan Justen Santana (1973 - )
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quinta-feira, fevereiro 11, 2016
quarta-feira, fevereiro 10, 2016
Por que Fernando Pessoa é melhor (pior) tradutor que eu.
*
A ÚLTIMA ROSA DO VERÃO
É a última rosa
Do verão, sozinha;
Nenhuma outra resta
Formosa e vizinha,
Nenhuma irmã sua
Ou botão de rosa
Responde aos suspiros
Que exala, formosa.
Não quero deixar-te
Sozinha a florir:
Tuas irmãs dormem,
Vai também dormir.
Por isso eis que espalho
Tuas folhas no chão,
Onde as irmãs tuas
Já mortas estão.
Tão breve eu vá quando
Os que amo fugirem,
E do anel do amor
As joias caírem.
Caídos os que ama
No sono profundo,
Quem habitaria
Sozinho este mundo?
Tradução: Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13/06/1888 – 30/11/1935)
Colo abaixo a versão brasileira que fiz (foi postada aqui em 19/02/2011), deste poema
'TIS THE LAST ROSE OF SUMMER
de Thomas Moore (Dublin, 28/05/1779 – Wiltshire (UK), 25/02/1852)
A ÚLTIMA ROSA DO VERÃO
Eis a última rosa do verão
Deixada a desabrochar sozinha;
Todas suas adoráveis amigas
Feneceram no fim da estação;
Pétala alguma da sua espécie,
Botão nenhum a brotar por perto
Reflete o rubro que lhe aparece,
Repete ao suspiro o rumor certo.
“Eu não deixarei você sozinha
Secando em caule sem mais ninguém;
Co’as adoráveis adormecidas
Você já pode ir dormir também.”
Então gentil eu disperso assim
Pétalas rubras na cama morna
Onde as amigas lá do jardim
Jazem já mortas e sem aroma.
Tão logo eu possa, sigo seu rastro,
Quando amizades forem ao chão;
Do anel brilhante do Amor tão vasto
Os diamantes também se vão.
Quando murchar o peito distante
E seu dileto também se for,
Quem vai restar, último habitante
De um mundo escuro e desolador?
__
'TIS THE LAST ROSE OF SUMMER
'Tis the last rose of summer,
Left blooming alone;
All her lovely companions
Are faded and gone;
No flower of her kindred,
No rosebud is nigh,
To reflect back her blushes,
Or give sigh for sigh.
I'll not leave thee, thou lone one!
To pine on the stem;
Since the lovely are sleeping,
Go, sleep thou with them.
Thus kindly I scatter,
Thy leaves o'er the bed,
Where thy mates of the Garden
Lie scentless and dead.
So soon may I follow,
When friendships decay,
And from Love's shining circle
The gems drop away.
When true hearts lie withered,
And fond ones are flown,
Oh! who would inhabit
This bleak world alone?
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A ÚLTIMA ROSA DO VERÃO
É a última rosa
Do verão, sozinha;
Nenhuma outra resta
Formosa e vizinha,
Nenhuma irmã sua
Ou botão de rosa
Responde aos suspiros
Que exala, formosa.
Não quero deixar-te
Sozinha a florir:
Tuas irmãs dormem,
Vai também dormir.
Por isso eis que espalho
Tuas folhas no chão,
Onde as irmãs tuas
Já mortas estão.
Tão breve eu vá quando
Os que amo fugirem,
E do anel do amor
As joias caírem.
Caídos os que ama
No sono profundo,
Quem habitaria
Sozinho este mundo?
Tradução: Fernando António Nogueira Pessoa (Lisboa, 13/06/1888 – 30/11/1935)
Colo abaixo a versão brasileira que fiz (foi postada aqui em 19/02/2011), deste poema
'TIS THE LAST ROSE OF SUMMER
de Thomas Moore (Dublin, 28/05/1779 – Wiltshire (UK), 25/02/1852)
A ÚLTIMA ROSA DO VERÃO
Eis a última rosa do verão
Deixada a desabrochar sozinha;
Todas suas adoráveis amigas
Feneceram no fim da estação;
Pétala alguma da sua espécie,
Botão nenhum a brotar por perto
Reflete o rubro que lhe aparece,
Repete ao suspiro o rumor certo.
“Eu não deixarei você sozinha
Secando em caule sem mais ninguém;
Co’as adoráveis adormecidas
Você já pode ir dormir também.”
Então gentil eu disperso assim
Pétalas rubras na cama morna
Onde as amigas lá do jardim
Jazem já mortas e sem aroma.
Tão logo eu possa, sigo seu rastro,
Quando amizades forem ao chão;
Do anel brilhante do Amor tão vasto
Os diamantes também se vão.
Quando murchar o peito distante
E seu dileto também se for,
Quem vai restar, último habitante
De um mundo escuro e desolador?
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'TIS THE LAST ROSE OF SUMMER
'Tis the last rose of summer,
Left blooming alone;
All her lovely companions
Are faded and gone;
No flower of her kindred,
No rosebud is nigh,
To reflect back her blushes,
Or give sigh for sigh.
I'll not leave thee, thou lone one!
To pine on the stem;
Since the lovely are sleeping,
Go, sleep thou with them.
Thus kindly I scatter,
Thy leaves o'er the bed,
Where thy mates of the Garden
Lie scentless and dead.
So soon may I follow,
When friendships decay,
And from Love's shining circle
The gems drop away.
When true hearts lie withered,
And fond ones are flown,
Oh! who would inhabit
This bleak world alone?
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terça-feira, fevereiro 09, 2016
MADRUGADA, NOVE DE FEVEREIRO
}de ijs a ffr{
Sem você
é tudo triste
e a alegria
até existe
porque surge
vez em quando
só pra me dizer:
calma! ela já volta
e eu fico assim
só na paquera
dela (você) mesma
só tentando só
mantê-la solta
em si consigo
juntos nós.
Nós sem nada
que a paixão
não morda:
górdios
nesta besta fera
desta festa flora
deste amor pantera
desta terça-feira
gorda.
__
Sem você
é tudo triste
e a alegria
até existe
porque surge
vez em quando
só pra me dizer:
calma! ela já volta
e eu fico assim
só na paquera
dela (você) mesma
só tentando só
mantê-la solta
em si consigo
juntos nós.
Nós sem nada
que a paixão
não morda:
górdios
nesta besta fera
desta festa flora
deste amor pantera
desta terça-feira
gorda.
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quarta-feira, fevereiro 03, 2016
BI OGRA FIA
*
Minha voz
não é minha voz.
Vós
sois quem tem uma voz
(se nem sempre avós)
e sabeis dos pronomes
e das conjugações.
eu
a gente
nós
não sei
não sabe
não sabemos
se
quer
ar
ti
cu
lar
sons
trons
ou
só
os
bons
tons
:
que dirá escrever poesia
que dirá publicar minha
ou da gente
ou nossa
bi
ogra
fia
.
ijs
__
Minha voz
não é minha voz.
Vós
sois quem tem uma voz
(se nem sempre avós)
e sabeis dos pronomes
e das conjugações.
eu
a gente
nós
não sei
não sabe
não sabemos
se
quer
ar
ti
cu
lar
sons
trons
ou
só
os
bons
tons
:
que dirá escrever poesia
que dirá publicar minha
ou da gente
ou nossa
bi
ogra
fia
.
ijs
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