No meio do caminho da poesia
as formas ondulantes voltam como
sempre. A vontade brilhante e sombria
é refazer quem, quando, por que, como.
Onde encontrar a velha vaca fria?
Qual será a língua da vaca sagrada?
As antas e os tatus de antologia
vazam do mato que a ninguém agrada.
E você, o que quer, meu caro Ivan?
Tanta firula e nada de chutar?
Empacou na quadra quadrada e vã
ou vai enfim chegar nalgum lugar?
Bom, o que eu queria, queria muito,
muito bastante mesmo (gaguejando)
era que, mais que um blábláblá fortuito,
meu verso tivesse poder de mando.
Primeiro, pra mandar os meus amigos
largarem mão de brigas por bobeira,
erguendo os olhos longe dos umbigos
(essa foi pro Renato e pro Ferreira).
Segundo, não sei. Era isso que estava
sujando a minha veia de poeta:
venenos agindo na vida brava
e eu só versando feito um mero esteta.
Quero influir na vida de verdade
e, mais que rimas ricas e solenes,
conseguir resgatar uma amizade,
reconciliando a banda dos Marlenes.
Se meus amigos têm que tomar algo,
eu resolvi tomar uma atitude:
o resto é com vocês. Agora eu salgo
essa sopinha e fim – fiz o que pude.
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6 comentários:
Vocès tão meio velhinhos pra essas viadagens.
Esse é o argumento decisivo pra resolver qualquer entrevero entre o guitarrista e o baixista dos Marlenes: eles estão mesmo meio velhinhos pra ficar de viadagem um com o outro...
Depois de tanto vinho e de ler esta postagem, que posso eu fazer senão elogiar a poesia que, com certa dor e ironia, e por que não? um quê de mágua, foi um balde de água fria, pra quem só queria um copo d'água!
Boa, Panda! Poesia no comentário. Ivan, missão cumprida. Emoção à flor da pele, razões da eterna primavera entre amigos e floretes.
|Abraço
Thadeu
já disse ...tremenda viadagem
ruga
nesta briga não se mete a colher...
mas que é uma lástima, isso lá é.
rugol
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