nomeio uma pedra: perda
nomeio aquele prado: pardo
nomeio o poder: podre
nomeio nossas palavras: larvas
nomeio-te a endoderme: der-me
nomeio a ingratidão, esta pantera:
pistilo
assim, do caminho – nipônico dô –
tiro o time (ti e me em que me meti),
doo (de doer) e destilo este nosso (osso)
estilo
*
sexta-feira, setembro 17, 2010
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5 comentários:
A imagem que preencheu a minha imaginação foi a de um malabarista.
Escolhendo algumas palavras e as jogando para o alto: enquanto três flutuavam, aquelas duas outras, que lhe caiam nas duas mãos se transformavam suaves, e revelavam outros significados.
O nosso caminho ficou melhor (dô), a dor é a mesma, mas a beleza é bem maior. Abraços.
ivan, beleza? ,amdei um email pra vc. vao sair aqueles poemas na coyote. veja la na sua caixa de entrada o que precisamos, abraço
parece uma consequência de estar mal disposto.
o primeiro verso me lembrou de Drummond
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
En Revista de Antropofagia, 1928
Incluido en Alguma poesia (1930)
CDA
... poder: podre...
palavras: larvas...
muito boa a construção
salve a poesia!
que delícia. gostei de te ler.
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