Emiliano Perneta
Esse perfume – sândalo e verbenas –
De tua pele de maçã madura,
Sorvi-o quando, ó deusa das morenas!
Por mim roçaste a cabeleira escura.
Mas ó perfídia negra das hienas!
Sabes que o teu perfume é uma loucura:
– E o concedes; que é um tóxico: e envenenas
Com uma tão rara e singular doçura!
Quando o aspirei – as minhas mãos nas tuas –
Bateu-me o coração como se fora
Fundir-se, lírio das espáduas nuas!
Foi-me um gozo cruel, áspero e curto...
Ó requintada, ó sábia pecadora,
Mestra no amor das sensações de um furto!
* * *
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
O bom de ficar sem olhar o blog um tempo é a onda boa de poesia que nos espera. Tudo, como sempre, muito bom, compadre. Um beijo.
Postar um comentário