segunda-feira, outubro 29, 2012

VERSOS INSCRITOS NUMA TAÇA FEITA COM UM CRÂNIO HUMANO

(texto original: Lord Byron ---
versão século XXI:
Ivan Justen Santana)

Não te assustes! Aqui estou, em copo e alma;
__O único crânio (sem remédio)
Do qual, diverso da mente humana,
__Flui tudo menos tédio.

Vivi, amei, bebi, tal como tu:
__Morri: que a terra não me tenha;
Enche-me!--- já estou mais que nu;
__Antes teus lábios que os da tênia.

Antes ser taça a um bom espumante
__Que berço a um verme enroladinho;
Correr de boca em boca, sempre avante,
__Esquivo aos répteis, levando vinho.

Aqui talvez brilhou meu cérebro:
__Agora aos outros brindarei
E após---ó vida!---voar meu gênio
__Trago comigo vinhos de rei.

Bebe tu enquanto podes: outra raça,
__Quando restarem só os teus ossos,
Talvez também os tome e faça
__De ti uma taça e versos insossos.

Então por que não? Se a vida é breve
__E os nossos crânios já estão cheios disso,
Longe de argilas e beijos de vermes,
__Cumpram também tal sacro ofício.

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2 comentários:

Anônimo disse...

me distraí!

Wagner Schadeck disse...
Este comentário foi removido pelo autor.