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Quem sabe eu
ainda sou
aquele piazinho
cdf e bagunceiro
que usaria plágio
depois cópia elaborada
depois paródia pós-estilizada.
Quem sabe eu ainda
sou aquele adolescentezinho
que foi piá de prédio
mas também piá de bairro
depois músico esqueitista
burro que o pai pensava artista.
Eu não peço a deuses nenhuns
nem que todos me achem ateu
judeu comunista vagau vigarista
piá pançudo sem nem
um pouco de malandragem:
sim: também não conheço a verdade.
Fale pra mim quem você é
e eu te digo
sem vontade
que a vontade
é o preço mais barato
a pagar pela fé.
ijs
...
sábado, fevereiro 16, 2013
sexta-feira, fevereiro 15, 2013
PARA IANTHE
{BYRON, dedicatória do épico A Peregrinação de Childe Harold}
_
Não nas paisagens onde andei vagando,
Bem que a Beleza seja lá sem par,
Nem nas visões ao coração mostrando
Formas que este suspira só em sonhar,
Nada de Vero e Mago a te igualar:
Tendo te visto, buscarei em vão
Pintar teus charmes vários a piscar—
Aos que não te observam, meu verso é anão;
Aos
que te podem ver, quais rimas bastarão?
Ah! possas tu ser sempre o que agora és,
Seguindo um despontar tão promissor—
Tão bela e pura da cabeça aos pés,
Na terra a imagem sem asas do Amor,
E ingênua além do esperado a uma flor!
Sem dúvida a que agora cerca em muros
Teus verdes anos, grata ao resplendor
Contempla os arcos—teus anos futuros—
Iridescentes
sobre os céus claros e escuros.
Fada jovem do Poente! — tenho a sorte
De superar em dobro os anos teus;
Meus olhos te olham sem querer consorte,
Notando que despontas rumo aos céus;
Feliz, a ti nunca darei o adeus;
E mais feliz, enquanto corações
Mais jovens sangrem pelo amor do teu,
Escaparei ileso de teus dons,
Mesmo
que volte sempre o Amor às aflições.
Ah! que os teus olhos loucos das Gazelas,
De brilhos bravos, bela timidez
A conquistar e a provocar sequelas,
Leiam meus versos e lhes cedam vez,
Sorrindo a quem em vão te quer talvez—
Pudesse eu ser mais do que teu amigo:
Aceita então, ó Moça, sem porquês;
Teu jovem ser assim ser meu perigo,
E
dá a minha coroa um Lírio sem castigo.
Assim teu nome esteja aqui entrançado;
E sempre que olhos bons nos venham ler
Teu nome, Ianthe, aqui sacramentado
Será o primeiro a ler, sempre a reter:
Meus dias já contados—reste haver
Este tributo te atraído à Lira
De quem te sagra a mais bela de ver—
O que mais desejar eu poderia?
Se
não pôde a Esperança, a Amizade exigia.
{vb:ijs:2013}
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quinta-feira, fevereiro 07, 2013
PARA UMA CERTA CANDIDATA A NORTE-AMERICANA:
;
Dum chapéu meu sobrou só a caixa.
De outra paixão, nem sobrenome.
Do caratê sobra esta faixa—
Da humanidade, a flor e a fome.
Dos meus carinhos sobro em todos:
Meus próprios céus são meus infernos.
Eu tenho modos: ostrogodos.
Eu tenho meios: pós-modernos.
Dos sentimentos nos compomos.
Reescrevo então um parnasiano,
Pois onde estamos sempre há pomos
E o nosso amor é tão cigano.
__Nós combinamos sem talvez
__Feito este sonetilho inglês.
[de ijs a ffr]
...
Dum chapéu meu sobrou só a caixa.
De outra paixão, nem sobrenome.
Do caratê sobra esta faixa—
Da humanidade, a flor e a fome.
Dos meus carinhos sobro em todos:
Meus próprios céus são meus infernos.
Eu tenho modos: ostrogodos.
Eu tenho meios: pós-modernos.
Dos sentimentos nos compomos.
Reescrevo então um parnasiano,
Pois onde estamos sempre há pomos
E o nosso amor é tão cigano.
__Nós combinamos sem talvez
__Feito este sonetilho inglês.
[de ijs a ffr]
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sábado, fevereiro 02, 2013
MARMOTA JOYCE YEMANJÁ CURITIBA
Outra
vez é o dois de fevereiro.
Outra
vez é o dia da marmota.
Outra
vez James Joyce, inzoneiro,
Sopra
vela e quase ninguém nota.
Hoje é também dia de Iemanjá.
Hoje é também dia de Iemanjá.
O
calorzão faz mais lerda a lesma.
Tantas
frases feitas manjo já.
Curitiba
nunca é mais a mesma.
...
...
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