(além de a toda a humanidade, à Faena Figueiredo Rossilho)
Passam caravanas,
cães latem e mordem,
surge uma nova ordem,
novos povos doidivanas,
e no mar os polvos
desenvolvem mais tentáculos
e linguagens e seus sustentáculos
despontam, morrem, nascem,
ingressam noutras áureas decadências
e amor e velho verso vão seguindo eternos.
Modernos, ancestrais, os mesmos
nos princípios eram o verbo,
e eis a escravidão,
e eis uns dois ou três
vivendo o que acham um vidão,
e eis a humanidade agindo feito besta,
e algum lirismo, e algum realismo,
e outra guerra, e outra religião,
e outros cortes
noutros ternos
e amor e velho verso vão seguindo eternos.
Nenhumas novidades,
museus contemporâneos,
paixões se achando amor,
extinções em massa, jogos olímpicos,
distrações fenomenais, traições sutis,
o mundo vai girando, os rios correndo,
paraísos imutáveis são reformados,
tudo perde o sentido,
grandes são os desertos,
grandes são os invernos,
grandes ardem os infernos,
grandes os sentimentos
maternos e paternos,
e as teorizações
e as práticas de artistas tão ternos,
e os romances, e as peças, e os contos,
e os filmes, e as exposições,
e os etcéteras, e sim, tudo é tão chato,
tudo tudo tudo já catalogado
como naqueles nossos caquéticos cadernos
e amor e velho verso vão seguindo eternos.
Mas não mais
ou nem não mais
e só que não
por nunca menos
pois talvez embora então
alguéns alguma vez
fermentarão uns ancestrais vinhos falernos
enquanto
amor e velho verso vão seguindo eternos.
ijs
*
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Um comentário:
Meu amor!
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