Caso eu forçasse o meu lápis ou o teclado pra produzir algum versinho combinado, não é certeza, mas muito provavelmente faria um poema mesmo digno de gente: eu até poderia enganar qualquer uma que desejasse se enxergar inteira em bruma e cada letra viraria então verdade, ganhando assim com a rima a realidade. Mas meu sentimento não é somente som: não é só esse ó aqui que soa certo e bom: quando eu começo (e comecei) minha arapuca é pra roçar sem nenhum dó na tua nuca, é pra pescar teu corpo, e de quebra o coração, é pra fazer do nosso amor enfim canção que muito mais do que palavra é sopro da alma, é olho no olho, lábio em lábia, palmo a palma. Só que se você faz pouco caso e não liga me sinto feito um poeminha duma figa, feito um versinho que perdeu o metro e a rima (buscando embaixo o que ficou ali pra cima): feito um Cupido que só atira bumerangues: um coração que bate seco por seus sangues. |
terça-feira, fevereiro 28, 2006
DIRETO DE SÃO PAULO, AO VIVO, UM POEMA COM INÍCIO, MEIO E SEM FINAL FELIZ.
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2 comentários:
querido ivan, cada dia que passa vc escreve melhor e melhor e melhor. onde vai parar desse jeito?
vê se volta logo pra curita e vem tomar café.
carinhos,
zoe
ivan! ta em sumpaulo? piá! buona fortuna
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