é mês de Sylvia
e ela, selvagem, reclama sua presença -
então,
dedicando novamente à minha amada,
(eu não me canso de olhar... não vou paraar...)
aí está uma versão para The Sleepers
poema composto num mês de Outubro,
numa "colônia de férias para artistas"
(Yaddo, 1959) - ela e Ted
estavam just married...
DORMENTES
Mapa algum traça a rua
Onde tal par de dormentes está.
Perdemos desse mapa o rastro.
Deitam-se como debaixo d´água,
Numa luz azul, imutável,
A porta-janela entreaberta
Cortinada de renda amarela.
Através das fendas estreitas
Odores de terra úmida sobem.
A lesma deixa um rastro prateado;
Densos matagais cercam a casa.
Prestamos um olhar pra trás.
Entre pétalas pálidas feito a morte
E folhas firmes em suas formas
Dormem, boca a boca.
Uma neblina branca vem subindo.
As narininhas verdes respiram,
E reviram-se no seu sono.
Despejados daquela morna cama
Somos um sonho que eles sonham.
Suas pálpebras detêm a sombra.
Dano algum lhes pode vir.
Fazemos o molde em nossas peles
E deslizamos noutro tempo.
Sylvia Plath
Versão Brasileira:
Ivan Justen Santana
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Um comentário:
Estava pensando nisso outro dia, faz tempo que não postamos nenhum poema dela.
Obrigada.
Meus beijos
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