Não entre nesta boa noite com brandura
Não entre nesta boa noite com brandura,
A idade deve arder e curtir muito ao fim do dia;
Ruja, ruja contra a luz que morre e não fulgura.
Os sábios, que ao fim sabem como a noite é escura,
Porque a rede das suas palavras acabou vazia,
Não entram nesta boa noite com brandura.
Os homens bons, ao dar adeus, gritando quão pura-
Mente seus feitos frágeis bailariam em verde baía,
Rugem, rugem contra a luz que morre e não fulgura.
Os homens loucos, que cantaram o sol na captura,
E aprendem tarde: só o lamentavam em sua via,
Não entram nesta boa noite com brandura.
Os homens graves, à morte, vendo com cega finura
Que feito um meteoro o olho cego brilharia,
Rugem, rugem contra a luz que morre e não fulgura.
E você, meu pai, aí da sua triste altura,
Clame, abençoe irado em lágrimas esta prece arredia.
Não entre nesta boa noite com brandura.
Ruja, ruja contra a luz que morre e não fulgura.
Dylan Thomas
Traduzido por Ivan Justen Santana
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6 comentários:
O blog está uma belezura.
E eu queria ter postado esta finura.
Beijo com ternura. :)
Pô, se vale um ensaio vc tá mais que intimado pra Cadernos, né? Aliás, eu já te intimei por emeio. E intimo a Priscila tbem ;-)
bem que vc falou do d.t.,
foda.
bela tradução, parabéns
This is awesome!
talvez esta seja a mais bela tradução que consegui encontrar.
melhor que ivan junqueira e, largamente, melhor do que o resto
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