Não. Um bom versinho não se faz
com pouco risco e menos traço.
Seria melhor deixá-los em paz.
Não agir.
Não traduzir.
Não fazer o que ainda faço.
Mis pasos en esta calle
Resuenan
_________En otra calle
Donde
______Oigo mis pasos
Pasar en esta calle
Donde
Sólo es real la niebla.
________OCTAVIO PAZ
(apud Julio Cortázar,
Rayuela, capítulo 149)
Meus passos nesta praça
Ressoam
________Noutra praça
Onde
_____Ouço meus passos
Passar nesta praça
Onde
Só é real a névoa.
________OCTAVIO PAZ
(Versão brasileira:
Ivan Justen Santana)
Por que trocar calle por praça?
Porque poesia é assim:
numa língua vai de skate,
noutra, de patim...
Sim. Poesia se faz
arriscando-se o pescoço no laço
sem deixar verso algum descansar em paz!
Traduzo sem fuso
e cometendo abuso
com nossa última flor do lácio
a qual classificar-se-ia de fóssil
ou de animalzinho dócil
se ela fosse fêmea fácil.
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2 comentários:
Gostei:p
olá IVAN
grata por permitir sua mãe me encaninhar sua dissertação, que lerei com atenção da pura arte... e do prazer dionísico!
Seu blog é muito bonito e gostei bastante. PARABÉNS.
Espero dialogar mais contigo. Que tal um poema conjunto?
beijoca
*
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