domingo, junho 05, 2011

NADA DE OURO PERMANECE

NOTHING GOLD CAN STAY

Nature’s first green is gold,
Her hardest hue to hold.
Her early leaf’s a flower,
But only so an hour.
Then leaf subsides to leaf.
So Eden sank to grief,
So dawn goes down to day.
Nothing gold can stay.

NADA DE OURO PERMANECE

O verde no início é de ouro,
Seu mais difícil tesouro.
Folha nova em flor aflora,
Mas apenas por uma hora.
Depois folhas se sucedem.
Na mágoa naufraga esse Éden,
No dia essa aurora perde-se.
Nada de ouro permanece.

Robert Frost
Ivan Justen Santana

Um comentário:

Anônimo disse...

gostei, ivan, gostei.

frost era um musicista da língua. chegou a dizer - pra provocar, imagino - que "escrever versos livres é como jogar tênis com a rede arriada".

para além das questões formais e frases de efeito, foi um poeta impressionante, capaz de entrever e abrir gretas, fissuras nas horas mortas, em que aparentemente nada acontece, em que o poeta - e, por contágio, o leitor - está inapelavelmente sozinho e lúcido.
o fim de tudo em face da beleza do mundo. (como nos dois poemas que a gente traduziu.)
frost meio que abria com as mãos pequenos portais cotidianos.

abç,
madeira.