sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Tom Waits 4 U 2

*
OS BRAÇOS DE RÚBIA
(Ruby´s arms)


Vou deixar pra trás todas as blusas
Que usei quando éramos uma dupla
Levo apenas a bota preta
E a velha e surrada jaqueta
– Digo adeus aos braços de Rúbia

Apesar do meu coração estar se partindo
Atravesso, sutil, suas venezianas
Logo suas pestanas estarão se abrindo
Seu rosto foi lavado pela aurora
E um azul triste toma o quarto nesta hora
Você sonha um abraço, a fronha enruga
Não há nada que eu possa fazer agora
– Digo adeus aos braços de Rúbia

Você ainda achará outro soldado
Juro por Deus que na noite de Natal
Haverá alguém como eu do seu lado
Fico só com um lenço do seu enxoval
E num passo leve que o criado-mudo dubla
Desvio dos seus guizos quebrados
E digo adeus aos braços de Rúbia

Saio da sala à meia-luz pruma manhã escura
Vejo os mendigos que vivem na rua
Mantendo o fogo aceso apesar da chuva
Jesus, o ônibus não chega, a garoa me nubla
Não vou dizer te amo nunca
Nem te ferir com qualquer outra frase dúbia
Não tenho mais nenhuma desculpa
– Digo adeus aos braços de Rúbia


Tom Waits

versão brasileira:
Ivan Justen Santana
e
Marcos Prado de Oliveira

2 comentários:

Gica Trierweiler Yabu disse...

gosto desse; mas não resisto àquele "baby" do anterior.

Anônimo disse...

Postei na minha própria página de recados essa poesia, ouvindo a rádio caos. Tem algumas diferenças em relação a esta do blog. Mas me agrada do mesmo jeito.