sexta-feira, abril 04, 2008

PÓS-DESCONSTRUÇÃO ARCAICA

Sentindo um cheiro pestilento, lento,
Levanto do meu leito estreito, eito,
No tique a que vivo sujeito, jeito
De santo que um dia arrebento, bento –
Notando o quanto me delata, lata,
Aquela sensação tamanha, manha,
A imagem da grande barganha, ganha,
É o nó que na garganta engata, gata –
E o surto a me levar consigo, sigo,
Em ânsia por amor e abrigo, brigo,
Tocando um som que, mesmo surdo, urdo –
Pois graças ao meu velho e cego ego
Entorto verso e rima e blogo, logo,
O nada que me dá, contudo, tudo.

4 comentários:

Unknown disse...

O nada que me dá, contuto, tudo.

Tudo mesmo. Nos deu muita coisa. Som, ritmo, letra, pensamento, ação (inação)e; poesia. Da melhor qualidade. Abraços.

Ivan disse...

Valeu, Djabal - já estava achando que ninguém tinha gostado desse...

Anônimo disse...

adoro quando você se traduz em verso.

Zoe de Camaris disse...

Duca.