quarta-feira, abril 04, 2012

AMORTE DOS AMANTES

Nossos leitos plenos, leves odores,
Divans abissais, fundos como criptas,
Sobre aparadores estranhas flores
Abrir-se-nos-ão, auras não descriptas.

Ardentes, rivais, últimos calores,
Nossos corações, duas vastas flamas,
Que refletirão suas duplas cores,
Nosso gêmeo espectro espelhando os dramas.

Uma noite azul cor de rosa mística,
Trocaremos cintilação magnífica,
Qual longo soluço do adeus final;

E mais tarde um Anjo, entreabrindo as portas,
Virá reanimar, feliz e fatal,
Os espelhos foscos e as chamas mortas.


texto original: La mort des amants-- Charles Baudelaire
reversão brasileira: O tradutor anônimo encabulado

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AGIGANTA

Nos tempos em que a Verve natural com tanta
Potência concebia infantes cabulosos,
Quem dera que eu morasse junto a uma giganta,
Como aos pés de uma Dama um gato, dos dengosos.

Eu amava ver-lhe em corpo e alma florescendo,
Se avolumando livre em seus terríveis jogos;
Sacar o que o seu peito incuba, percebendo
Pelas neblinas do olhar úmido atros fogos;

Percorrer por lazer formas magnas, modernas;
Trepar sobre a vertente das imensas pernas;
E às vezes, no verão, quando os sóis insalubres,

Lassa, a prostram deitada ao longo da campanha,
Dormir com indolência à sombra dos seus úberes,
Como um pacato rancho ao pé de uma montanha.

texto original: La géante
Charles Baudelaire
perversão brasileira:
Anônimo Encarapuçado
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Um comentário:

Anônimo disse...

Magnifique! mais la seule option c'est la mort? pourquoi le suicide de l'amour?