de ALPHONSUS DE GUIMARAENS (1870-1921)
Os duendes, trasgos, bruxos e vampiros
Vinham, num longo e tenebroso bando,
Os meus passos de múmia acompanhando,
Por entre litanias de suspiros...
Em tudo eu via os infernais retiros,
Onde ficava sem cessar sonhando:
E Satanás mostrava-me, nefando,
Negros sinais traçados em papiros...
Era, na sombra, o meu destino oculto,
--- Sirtes, penhascos, saturnais, paludes,
Todo o mistério de um funéreo culto...
Mas, de repente, os passos meus, tão rudes,
Firmaram-se no chão, e erguendo o vulto
Vi-me amparado pelas Três Virtudes...
(Pulvis -- em Poesias, Rio de Janeiro, 1938)
digitado e revisto por Ivan Justen Santana
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sirte
(grego súrtis, -idos)
s. f.
1. Banco de areia movediça.
2. Banco de areia, rochedo ou penhasco perigoso para a navegação.
3. [Figurado] Situação perigosa ou arriscada. = ESCOLHO, PERIGO
Fonte: Priberam
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