quarta-feira, março 17, 2010

DICIONÁRIO ANALÓGICO DE RIMAS PRA LÍVIA & OS PIÁ DE PRÉDIO

Um dia conheci um poeta andarilho chamado Édio,
Édio Vargas – comprei o livreto dele, ligeiro meio-médio,
mas agora versarei pra banda Lívia e os piá de prédio.

Não quero dar alívio a nenhum ouvido médio,
nem ceder a alguma acídia ou a qualquer assédio,
pois meu verso em melodia mixolídia o próprio metro mede-o.

Remedeia minha ideia uma Medeia morta de tédio,
mastigando um serôdio sorédio e um cipripédio epimédio,
muito nítido e nédio, como um argumento em promédio.

Essa Medeia me instiga sobremaneira a ser seu estapédio
evitando, entretanto, um patropédio, um monoginopédio
ou ainda mesmo (Parcas me acudam!) um patroginopédio.

Minha Medeia inspiradora devoraria um osteopédio
mas também casar-se-ia, se ele fosse um litopédio,
com um ursinho teddy boy marino durante um quinquédio.

Desse casamento poderia surgir um fruto lacepédio,
com um pé de escamédio e um androceu selenipédio,
sobre o qual voaria um coleóptero pentâmero ampédio.

Se eu reunisse esses delírios em forma de macédio
(digamos, neste “poemacédio") e em caractere palamédio
descrevesse tudo isso sob ponto de vista planipédio,

eu mostraria domínio linguístico mais que intermédio,
pois sempre chamei center-half de centromédio
e ao futebol prefiro o cognome arcaico: ludopédio.

Assim, fingindo e fazendo, esgotadas as rimas em -édio,
não me resta outra saída e realmente “não tem mais remédio”:
o piá poeta aqui rendeu tributo a Lívia e os piá de prédio.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ivan... achei o máximo!!!
beijossssssssss

livia disse...

Não sei nem o que comentar... Mas sei que o meu não-comentário vai ser grande demais para esse espaço.
Por isso, logo segue um e-mail.
Abraços, obrigadas e atés,
Lívia (e os Piá de Prédio)