Caos e cosmos o ensinaram a versar tão bem
que agora você vai inventar tridecassílabos,
e vai alternar as rimas do jeito que vêm,
em acentos ímpares, em tons de monossílabos.
Você vai chutar os baldes só depois de enchê-los,
tendo em vista os poucos a lhe dar atenção,
vai tirar escalpos sem arrancar os cabelos,
vai pedir licença poética e saber que são:
são da sua turma ricos, pobres, mais ou menos.
Não adiantam raivas, uivos, ais, gritos a Deus.
São do seu terreno grilos grandes e pequenos,
erros, quedas, mortes, sortes, cortes: todos seus.
Toda sua é esta humanidade apatetada.
Todos seus estes contrastes, trastes, som e luz.
Neste instante já notou que fez um quase nada?
Que esses versos se revelam nãos, nens, nis, nós, nus?
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sexta-feira, fevereiro 03, 2012
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2 comentários:
Tão bons os versos que geraram-me um desconcerto...um certo desejo de ordem, aquele mesmo desejo que gera o caos.TQ
[desconcertante a palavra,
girando sobre si, estonteante...
nunca esgotada, não!]
um abraço,
Leonardo B.
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