Arte e Vida se veem dividindo a mesma toalha
no piquenique organizado pelo chefe, o Tempo,
o qual adora dar tais festinhas nas horas vagas
e sempre as convida pra fruir estes bons momentos.
Começa a Arte: “Dizem que sou longa e você breve.”
“Mas se não fosse por mim você sequer nascia!”,
retruca ríspida a Vida, e em seguida, mais leve:
“Como vai aquela sua filha linda, a Poesia?”
“Ah, aquela uma parece que vai superar a mãe!
Vive arquitetônica, imitando Pintura e Música.”
E a Vida segue bela e expectativa: “Não estranhe,
mas sempre vi a sua Poesia assim, quase medúsica...”
A Arte vem de novo com o papo de breve e longa
e a Vida, lívida e bandida, por dentro se torce,
até que, ávida e sacuda e já farta da delonga,
gesticula ao Tempo um S.O.S. em código Morse.
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terça-feira, fevereiro 28, 2012
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Um comentário:
Ótima retórica, expressa requintadamente a frialdade com que a vida, inúmeras vezes, trata a arte.
"Medúsica"...adorei a palavra!
TQM
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