quinta-feira, março 22, 2012

EU, ALIÁS, NÓS

se de todos os meus dias
um só dia fosse tirado
e para sempre apagado
não seja o dia, por favor,
em que senti que seria
um mensageiro cantor

lembro do papel em branco
a mão tremendo vazia
e uma rima pronta: pranto
pelos olhos escorria
só por tirar da caneta
meu destino no planeta

foi nesse dia que nasci
andando sobre duas pernas
vi que eu não era um saci
nem o homem das cavernas
no espelho que estava à frente
havia um ser diferente

não era forte nem fraco
mas sensível parecia
dele a poesia se erguia
sem precisar de macaco
e hoje, justo hoje, é o dia
em que ele aniversaria

...

este poema foi escrito por Antonio Thadeu Wojciechowski, o qual mo enviou hoje, de presente (sim: é meu aniversário:) -- só posso postar o poema aqui, assinar embaixo, e agradecer, de poeta discípulo para poeta mestre: obrigado, polaco! Evoé!

Ivan Justen Santana

Acrescento aqui agora o poema que recebi do grande jornalista (e também poeta) Luiz Oliveira:

O verso é a vela e o bolo do poeta
O brigadeirinho que adoça a dieta
A bexiga que explode e assusta a criança
O pedaço de bolo dançando na pança

De festa, o poeta não cansa

Se o dia resume a vida e o instante
Se o futuro é meta ausente
Se o passado pesa distante
O verso é sempre presente

...

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