*
ALMA PASSANTE
A rua matava surdo a buzinada.
Faróis e placas falavam ao mesmo tempo.
Meu pé: dependurado na calçada,
Mas o olhar já contornava o cruzamento.
Percebi que perseguia uma passante
No que ela viu também que me seguia.
Disfarcei e ela disfarçou no mesmo instante.
Fiz que fui e não fui, e ela ia mas nem ia.
Fiz cara de mais velho. Ela se deu ar de menina.
Saí pela esquerda, ela, pela direita.
Esbarramos logo na próxima esquina,
Cúmplices abaixo de qualquer suspeita.
*
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5 comentários:
HAHAHAAHAHHAHAHAhahahaah
Genial, mon ami, genial!
Merci, rata.
Editei um verso.
Quem gostou levante o dedo.
o verso do velho e da menina?
o que estava antes?
Esse mesmo, rata, você é um bom catapulgo:
antes era
Fingi ser mais velho, ela deu uma de menina,
hoje (sem brincadeira) estava atravessando a rua e me veio o verso na cabeça de volta, corrigindo para
Fiz cara de mais velho, ela se deu ar de menina
ou será que
Fiz cara de mais velho, ela deu uma de menina
é melhor?
Qual o segredo do verso perfeito?
Isso eu não sei, mas que seu O mapa da Celeste está entre os cinco melhores do ano, na minha modesta opinião, está, contrariamente a uma fulana que disse que "o poema é bom, já vi piores, já vi melhores..."
Aliás, isso de querer comparar
um poema com outro
só devia nos levar
a fazer mais versinhos.
Gosto mais do 'ar de menina' ;)
Já que falou dos versinhos, você tem montes e montes, poste aqui... :)
Saudades, kiss, kiss, kiss.
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