domingo, janeiro 23, 2005

Receita de quase tudo

*
café da manhã com cereal
torradas que se lasquem
partículas de fruta

depois quem sabe a morte

manhã linda que suspira
massagem nos músculos tensos
música ou só um assobio

depois talvez a morte

almoço com brilho de batatas
descascadas sem esforço aparente
cozidas com verde picadinho

depois numa dessas a morte

tarde de varde ou trabalhando
num ambiente sem repugnância
horário de saída sem ânsia

depois podem vir
o fim do projeto
a barriga do arquiteto
a poeta
o administrador
o garçom
o relógio sem mostrador

a dor
a morte
e o amor

2 comentários:

Anônimo disse...

A POETISA...

Ivan disse...

Olha só: um poetiso ou poetisa anônima(o) gritou aí comigo, em tom de quem corrige, feito eu faria se fosse purista e gostasse da palavra "poetisa" (linda palavra, por sinal);

o caso é que gosto da ambigüidade do verso "a poeta", que deve soar errado pra muitos ouvidos mesmo, puxa, que bom: fiquei muto sastisfeito com o ocorrido...

mas é o mínimo que eu podia esperar. As parcerias já foram abertas há tempos aqui nos comentários, e o cordão cada vez aumenta mais.