segunda-feira, julho 17, 2006

A essência da sátira no meio da bagunça

E ela postou um passarinho morto.

Eu pensei até em Catulo, e no poema que penso que foi a Elizabeth Bishop que fez tirando sarro do poema de Catulo, escrevendo como se fosse Safo e satirizando o poema do passarinho morto do Catulo.

Enfim, a maior bagunça:

ela postou a foto da Nicole Kidman no papel de Virginia Woolf.

Ela postou a foto da Nicole Kidman com nariz postiço no papel de Virginia Woolf olhando a flor e o passarinho morto...

Tá, enfim, eu ia falar da bagunça da minha vida, não do nariz da Virginia-Nicole e ela postou a foto do gato que ganhou não sei de quem depois então o negócio era o poema que eu escrevi pra mim mesmo...

É: eu mesmo, pra mim mesmo. Tóin ne mim de mim pra mim que o egão aqui não é bolinho...

O troço é que a essência da sátira (aprendi com o Gregório) é um negócio pra lá de sadomasoquista em que o satirista é capaz de se autoflagelar pelo bem da poesia...

Deveria ser de uma maneira disfarçada pra dar graça, então eu devia ter postado os seguintes versos em comentário anônimo ao soneto em arra-erra..., só que não vou fazer isso:

aí vai direto que já está acabando o tempo:


Arrepende-te do que tua boca escarra,
O teu verso é feito máquina que emperra,
Tua musa esfarrapada e velha mirra.

Por que ainda fazes rimas com pachorra?

É que é assim que um burro tenta encher a burra...

2 comentários:

Priscila Manhães disse...

Ela acordou feliz hoje porque ama um poeta confuso, lindo, inteligente e carinhoso qdo o humor dela flutua.
Então ela finge que não está chateada com a 'autoflagelação' e faz um denguinho no egão do poeta, que por essas horas merece um puxão de orelha.
Te amo.

Priscila Manhães disse...

Ivan,
fui no ibirapuera hoje, tirei fotinhos, te mando por e-mail, na volta achei um livro pra nós dois. Você vai gostar. :)
Me liga.
Beijos