quinta-feira, julho 06, 2006

Vou enchouriçar mais um soneto...

Ocorre que eu ia pela rua e de repente me atacaram os espíritos de Gregório de Matos Guerra e Manuel Maria Barbosa du Bocage, e aí deu no que deu (em homenagem especial a você, Thadeu...):

Nesta vida já escutei Violeta Parra;
Sei também que bom cabrito é o que não berra,
Mesmo quando adoram métrica que erra
Ou se a rima assim me agarra e sai na marra...

Mas eu próprio me peço: não force a barra
Na volúpia veludosa que te encerra -
Pois por mais que suba ou desça a pé a serra
Fico sempre bem carente em qualquer farra...

Eu termino este soneto então por birra:
Rimo todas as vogais até que morra
E que enfim chorem por mim um hip, hip, hurra!

Não me tragam no velório incenso e mirra,
Nem se espantem da loucura dessa porra
Já que eu nunca cultivei surra nem curra.

4 comentários:

polacodabarreirinha disse...

Sensacional, Ivan!, não só pela homenagem mas pela grandeza poética que encerra.

Anônimo disse...

é por isso que eu continuo vindo aqui... beijo.

Ratapulgo disse...

Zagueiro, mesmo, foi o Gamarra!

Anônimo disse...

Vc deveria ter vergonha de nomear este texto de soneto. Não há nada nele que não seja desprezível. Deixe de acreditar nas mentiras (nos deliciosos e falaciosos elogios) que lhe endereçam os colegas. Se não lhe falta vocação (Vc o saberá), falta trabalho.

Ez