OS PASSOS
Filhos do meu silêncio amante,
Teus passos santos e pausados,
Para o meu leito vigilante
Caminham mudos e gelados.
Que bons que são, vulto divino,
Puro ser, teus passos contidos!
Deuses! os bens do meu destino
Me vêm sobre esses pés despidos.
Se trazes, nos lábios risonhos,
Para saciar o seu desejo,
Ao habitante dos meus sonhos
O alimento feliz de um beijo,
Retarda essa atitude terna,
Ser ou não ser, dom com que faço
Da vida a tua espera eterna,
E do coração o teu passo.
Tradução de Guilherme de Almeida
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3 comentários:
Eu também tentei traduzir esse poema.
...
Pros felinos: pegadas.
Pacifiquei.
Ivan, esta é minha segunda postagem em teu blog, agora com a inequívoca mão estendida.
Visita, pois, o meu blog:
www.rodolfojaruga.blogspot.com
Um abraço, Rodolfo.
OS PASSOS
Os teus passos,
(crias são de meu silêncio)
santa e lentamente compassados,
passeiam mudos e gelados
e anseiam
vir ao leito a que pertence
a minha insônia.
Persona serena,
sombra diva,
quão suaves são teus passos
tão pacíficos! Deuses, quiçá.
E os dons que adivinho,
todos vêm a mim
por estes pés desvestidos.
Se por acaso
por teus lábios
apressados
tu preparas
aprazer
com farto beijo
alimentário
o habitador
de meus desejos,
retarda este teu ato tão terno,
delícia de ser e de não ser ainda,
porque vivi apenas a esperá-lo
e este meu peito não mais era que teus passos.
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