terça-feira, maio 11, 2010

Ainda repercutindo o Curitiba 12 Horas...

Ainda estou vibrando com as energias do fim de semana. Convido vocês a passarem lá no blog do meu poeta camarada Luiz Felipe Leprevost, que também postou a respeito.

Pra quem não sabe do que estou falando: por gentileza, veja o texto e leia as fotos da postagem anterior.

E pra quem quer mais (sempre tem mais, e eu quero sempre maaaais!...), e também pra quem está chegando aqui pela primeira vez (dobrou a visitação deste blog: mais um dos efeitos-Curitiba-12-Horas:)

aí vai um poema inédito, que estreou no Paço Municipal, mas teve boa aceitação no Cajuru e no Bairro Novo...


PASSAGEM NEM SEQUER DE IDA...

Tudo começou como sempre no meio do caminho:
Eu estava ali feito quem não quer nada, sozinho.
Nada se acabava em quase nunca, mas era uma vez:
Só podia ser assim, falando em bom português –
A viagem via-se em muitos mapas, e não tinha escolta:
E daí? Daí eu vi que não ia mais ter volta.

O sim seria sim, sem sinsalabins nem abracadabras,
Portas e janelas se abriam com ou sem pés de cabras –
As guilhotinas caíam, as rotinas repetiam: era outono –
A brincadeira me dizia das dez tinas dum pão sem dono –
O ponto final não valia mais que uma frase solta:
E daí? Daí eu vi que não ia mais ter volta.

Achei Shakespeare, e também umas sereias em minha vida:
As mesmas trilhas de chegada também foram as de ida.
Por Camões nunca Dantes lidos, Homero em safa Safo se acabava
E meu cotovelo sempre ali, sofrendo de coceira brava.
Eu dormi conservador, acordei cheio de revolta:
E daí? Daí eu vi que não ia mais ter volta.

Sem mais enrolações, sem mais para o momento,
Li Orgulho e Preconceito, Guerra e Paz, o Tempo e o Vento –
Ri com James Joyce à sombra das mocinhas em flor
E Razão e Sensibilidade me trouxeram de novo ao amor.
Fui sabendo estar sujeito a mais alguma reviravolta:
E daí? Daí eu vi que não ia mais ter volta.

Faço ideia da cultura, do plantio e da colheita, de outra
Forma de dizer: fiz a semeadura e farei a recolta –
E daí?
Daí, no ensejo, ainda vejo: não vai mesmo ter mais volta.

2 comentários:

Mariáh disse...

PRECISO ouvi-lo declamar este poema... Fantástico.

san disse...

Yay! É por aí. Pelo jeito não tem mais volta.