Havia uma sereia numa cava do Rio Ivo:
tinha curvas deslumbrantes e olhar verde furtivo.
Quando a viu, à luz da lua,
flutuando na foz, nua,
Ivo disse a ela: “por ti, eu fluo e vivo.”
Mas um dia Ivo ouviu uma pedra filosofal,
segundo a qual a monogamia não seria normal:
“um rio não molha a mesma sereia duas vezes”
dizia a pedra em suas heráclitas, dialéticas teses.
A sereia também cairia naquela conversa, porém
já havia sido vítima do último viral
e abalara-se, em desabalada carreira fluvial,
a se esbaldar nas badaladas baladas do Rio Belém.
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Um comentário:
Flui como música aos ouvidos...
Adoro esse.
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