quinta-feira, março 15, 2012

PAN NUM TUM

_______I

E finalmente a chuva veio,
Lavando todo o teu torpor.
Veio no meio do teu seio,
Sabendo assim onde se por.

Lavando todo o teu torpor,
Avarandando feito esteio,
Sabendo assim onde se por,
Preenchendo um cio vazio tão cheio.

Avarandando feito esteio
Numa varanda, em vaga cor,
Preenchendo um cio vazio tão cheio,
Chovendo um vinho vingador.

Numa varanda, em vaga cor,
A chuva veio como veio,
Chovendo um vinho vingador,
Receio em meio do teu seio.

Sem finalmente a chuva veio.

_______II

Neste pantum tão tentador,
Tua vontade, mais que rima,
Vem de um desejo que este amor
Percorra em baixo e siga em cima.

Tua vontade mais que rima
Com teu amor amando o amor.
Percorra em baixo e siga em cima,
Diga o que faz ser tua a flor,

Com teu amor amando o amor,
Faz-se o poema arder no clima.
Diga o que faz ser tua a flor,
A flor que fende a dobra prima.

Faz-se o poema arder no clima
Do teu pantum tão tentador.
A flor que fende a dobra prima
Vem de um desejo, deste amor.

Deste pantum tão tentador.

_______III

Vem de um desejo deste amor.
Veio no meio do teu seio.
Neste pantum tão tentador.

E finalmente a chuva veio.

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Um comentário:

SLCT disse...

Alabanzas al amor, a la lluvia, al poeta. ¡Enamórame!