Vinhote
A uva é minha mãe mulata
Neste embranquecido campo congelado. O venoso interior dela
Pendura-se quente aberto para que eu reentre
Na vidraçaria cor-de-sangue contra a qual o mundo pedra
Adelgaça até um orvalho e se esfumaça –
Não diluindo nem minha caneca de sangue
Nem sua negra subcorrente. Eu me avolumo ali dentro, encharcando.
Até que a uva por pura saciedade de mim
Vomita-me de volta. Sou encontrado
Frágil feito um bebê, mas rejuvenescido.
Ted Hughes (1967)
Tecla sap:
Ivan Justen Santana (2005)
Wino
Grape is my mulato mother
In this frozen whited country. Her veined interior
Hangs hot open for me to re-enter
The blood-coloured glasshouse against which the stone world
Thins to a dew and steams off–
Diluting neither my blood cupful
Nor its black undercurrent. I swell in there, soaking.
Till the grape for sheer surfeit of me
Vomits me up. I´m found
Feeble as a babe, but renewed.
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3 comentários:
olá, ivan. quem me indicou seu blog foi a zoe. também sou poeta e tradutora. soluções interessantes para o poema de ted hughes.
um abraço,
virna
Gostei da tradução, através da Pri estou conhecendo o Ted Hughes.
Beijo
Virna e Fernanda: fico grato pelos elogios: voltem sempre!
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