Aqui vai um poema feito num boteco de subúrbio, bebendo vinho barato.
Eu tinha perdido o papel, aí reconstruí o poema
(ficou diferente, mas bem igualzinho):
foi mal aí, Chico.
A promessa está na jura.
Toda cor no chifre atesta.
Saci cisca e Sara cura.
Jacaré mais sapo é festa.
Boitatá não sai na capa.
Curupira não galopa.
Toupeira não tem caçapa
Mas se der mole ela topa.
Ivan
Francisco
sexta-feira, março 30, 2007
sexta-feira, março 23, 2007
A um passo do nunca mais: o sétimo e último, no qual Ivan publica sua tradução do poema de Valéry, aguardando comentários e pedradas...
OS PASSOS
Teus passos, crianças de meu silêncio,
Santamente, lentamente dados,
Ao leito da minha vigilância
Seguem calados e enregelados.
Feito ninguém, qual sombra divina,
Como são doces teus passos-luz!
Céus!... Todos os dons que a alma adivinha
Vêm vindo a mim sobre esses pés nus!
Se com teus lábios, tão saliente,
Preparas tu, para apaziguar,
Ao habitante da minha mente
A nutrição que contém beijar,
Refreia os passos de ação tão terna,
Dulçor de ser e não ser mais (passos),
Pois sigo vivo só à vossa espera,
Meu coração sendo os vossos passos.
Tradutor Passista: Ivan Justen Santana
Teus passos, crianças de meu silêncio,
Santamente, lentamente dados,
Ao leito da minha vigilância
Seguem calados e enregelados.
Feito ninguém, qual sombra divina,
Como são doces teus passos-luz!
Céus!... Todos os dons que a alma adivinha
Vêm vindo a mim sobre esses pés nus!
Se com teus lábios, tão saliente,
Preparas tu, para apaziguar,
Ao habitante da minha mente
A nutrição que contém beijar,
Refreia os passos de ação tão terna,
Dulçor de ser e não ser mais (passos),
Pois sigo vivo só à vossa espera,
Meu coração sendo os vossos passos.
Tradutor Passista: Ivan Justen Santana
quinta-feira, março 22, 2007
Mais um passo antes do último...
O PASSO
Paul Valéry
Teu passo, inato ao meu silêncio,
Beira sagradamente, a fio,
Meu leito insone e, com imenso
Vagar, vem vindo mudo e frio.
Sombra divina, forma pura:
Deus!... tudo que de bom supus
– Passo contido, que doçura! –
Já se aproxima com pés nus.
Se, lábios entreabertos, frente
A mim, reservas ao desejo
Faminto que me ocupa a mente
Este alimento que é teu beijo,
Mantém o enlevo ainda à parte
(No doce impasse existo e passo),
Pois, ao viver só de esperar-te,
Meu coração pôs-se em teu passo.
Tradução de Nelson Ascher
Paul Valéry
Teu passo, inato ao meu silêncio,
Beira sagradamente, a fio,
Meu leito insone e, com imenso
Vagar, vem vindo mudo e frio.
Sombra divina, forma pura:
Deus!... tudo que de bom supus
– Passo contido, que doçura! –
Já se aproxima com pés nus.
Se, lábios entreabertos, frente
A mim, reservas ao desejo
Faminto que me ocupa a mente
Este alimento que é teu beijo,
Mantém o enlevo ainda à parte
(No doce impasse existo e passo),
Pois, ao viver só de esperar-te,
Meu coração pôs-se em teu passo.
Tradução de Nelson Ascher
quarta-feira, março 21, 2007
Hesitação: e finalmente o passo que vem depois do quatro e antes do seis...
OS PASSOS
Filhos que são do meu cismar,
Teus passos, santa e lentamente,
Meu leito insone vêm buscar,
Em procissão fria e silente.
Que bom teu andar comedido,
Pessoa pura e dom sem luz!
Deus! Toda graça que eu convido,
Teu pé descalço a mim conduz!
Se, com teus lábios esboçados,
Para amainar o seu desejo,
Ao dono vens de meus cuidados
Ceder o pábulo de um beijo,
Urgir não queiras a ternura,
Dulçor de ter, não ter lugar,
Vos esperar me foi ventura,
Bate em meu peito o vosso andar.
Tradução de Cláudio Veiga
Filhos que são do meu cismar,
Teus passos, santa e lentamente,
Meu leito insone vêm buscar,
Em procissão fria e silente.
Que bom teu andar comedido,
Pessoa pura e dom sem luz!
Deus! Toda graça que eu convido,
Teu pé descalço a mim conduz!
Se, com teus lábios esboçados,
Para amainar o seu desejo,
Ao dono vens de meus cuidados
Ceder o pábulo de um beijo,
Urgir não queiras a ternura,
Dulçor de ter, não ter lugar,
Vos esperar me foi ventura,
Bate em meu peito o vosso andar.
Tradução de Cláudio Veiga
sexta-feira, março 09, 2007
Passo de número quatro (sem sacanagem: essa talvez seja a primeira e portanto melhor versão...)
OS PASSOS
Filhos do meu silêncio amante,
Teus passos santos e pausados,
Para o meu leito vigilante
Caminham mudos e gelados.
Que bons que são, vulto divino,
Puro ser, teus passos contidos!
Deuses! os bens do meu destino
Me vêm sobre esses pés despidos.
Se trazes, nos lábios risonhos,
Para saciar o seu desejo,
Ao habitante dos meus sonhos
O alimento feliz de um beijo,
Retarda essa atitude terna,
Ser ou não ser, dom com que faço
Da vida a tua espera eterna,
E do coração o teu passo.
Tradução de Guilherme de Almeida
Filhos do meu silêncio amante,
Teus passos santos e pausados,
Para o meu leito vigilante
Caminham mudos e gelados.
Que bons que são, vulto divino,
Puro ser, teus passos contidos!
Deuses! os bens do meu destino
Me vêm sobre esses pés despidos.
Se trazes, nos lábios risonhos,
Para saciar o seu desejo,
Ao habitante dos meus sonhos
O alimento feliz de um beijo,
Retarda essa atitude terna,
Ser ou não ser, dom com que faço
Da vida a tua espera eterna,
E do coração o teu passo.
Tradução de Guilherme de Almeida
quinta-feira, março 08, 2007
Sobrepasso
Muito bem: antes de postar o passo de número quatro (uma tradução de Les Pas feita pelo excelso poeta Guilherme de Almeida), cabem dois comentários:
Taianna: não sei se você vai continuar me lendo depois de tão corajosa declaração de amor, ops, quer dizer, de ódio, eu sei, não precisa se queimar mais: gostaria que você soubesse que eu te acho muito linda (você puxou mais sua mãe, que ainda mantém os encantos, ops, - sem xavecar a mãe junto, dessa vez é a irmã, seu animal!)
enfim, *pigarreando* você é uma pessoa muito bacana, divertida e espontânea: certamente terá boa sorte na vida e muitos caras vão ficar babando na sua cola - vê se controla sua possessividade com sua maravilhosa irmã, porque um pedacinho dela eu reivindico muito Ivan...
Em segundo e último lugar: que péssima tradução em versos que alguém anônimo(a?) colocou nos comentários da segunda postagem dessa série de sete passos: totalmente horrível: NÃO leiam, caso não queiram desaprender o que é poesia...
Amanhã tem mais - leiam o TECATATAU para mais versinhos supimpas, com a colaboração do degas aqui...
Taianna: não sei se você vai continuar me lendo depois de tão corajosa declaração de amor, ops, quer dizer, de ódio, eu sei, não precisa se queimar mais: gostaria que você soubesse que eu te acho muito linda (você puxou mais sua mãe, que ainda mantém os encantos, ops, - sem xavecar a mãe junto, dessa vez é a irmã, seu animal!)
enfim, *pigarreando* você é uma pessoa muito bacana, divertida e espontânea: certamente terá boa sorte na vida e muitos caras vão ficar babando na sua cola - vê se controla sua possessividade com sua maravilhosa irmã, porque um pedacinho dela eu reivindico muito Ivan...
Em segundo e último lugar: que péssima tradução em versos que alguém anônimo(a?) colocou nos comentários da segunda postagem dessa série de sete passos: totalmente horrível: NÃO leiam, caso não queiram desaprender o que é poesia...
Amanhã tem mais - leiam o TECATATAU para mais versinhos supimpas, com a colaboração do degas aqui...
terça-feira, março 06, 2007
Passo número três
Querida Too cool for high school: eu vi o que você fez e eu sei quem você é...
Assim, sem pisar no tomate ou entrar de sola, tampouco patinando em falso, nem ao menos deslizando na maionese e sequer caminhando em brasas após palmilhar em ovos, aí está a tua versão literal e literata em prosa, transcrita tão literalmente quanto possível... :
OS PASSOS
Santa, lentamente colocados, teus passos, crianças de meu silêncio, seguem mudos e congelados em direção ao leito de minha vigília.
Um ninguém puro, uma sombra divina: como são doces teus passos retidos!
Deus!... Todos os dons que eu adivinho vêm a mim sobre esses pés nus!
Se tu preparas, de teus lábios proeminentes, a nutrição de um beijo para apaziguar o habitante de meus pensamentos, não precipite essa ação terna (doçura de ser e de não ser), pois eu vivi de vos esperar, e meu coração não é senão vossos passos.
Assim, sem pisar no tomate ou entrar de sola, tampouco patinando em falso, nem ao menos deslizando na maionese e sequer caminhando em brasas após palmilhar em ovos, aí está a tua versão literal e literata em prosa, transcrita tão literalmente quanto possível... :
OS PASSOS
Santa, lentamente colocados, teus passos, crianças de meu silêncio, seguem mudos e congelados em direção ao leito de minha vigília.
Um ninguém puro, uma sombra divina: como são doces teus passos retidos!
Deus!... Todos os dons que eu adivinho vêm a mim sobre esses pés nus!
Se tu preparas, de teus lábios proeminentes, a nutrição de um beijo para apaziguar o habitante de meus pensamentos, não precipite essa ação terna (doçura de ser e de não ser), pois eu vivi de vos esperar, e meu coração não é senão vossos passos.
segunda-feira, março 05, 2007
Segundo Passo: traduza esta postagem nos comentários (pode ser só uma versãozinha em prosa, bem literalzinha, que o tio aqui adora tudo...)
LES PAS
Tes pas, enfants de mon silence,
Saintement, lentement placés,
Vers le lit de ma vigilance
Procèdent muets et glacés.
Personne pure, ombre divine,
Qu'ils sont doux, tes pas retenus!
Dieux !... tous les dons que je devine
Viennent à moi sur ces pieds nus!
Si, de tes lèvres avancées,
Tu prépares pour l'apaiser,
A l'habitant de mes pensées
La nourriture d'un baiser,
Ne hâte pas cet acte tendre,
Douceur d'être et de n'être pas,
Car j'ai vécu de vous attendre,
Et mon coeur n'était que vos pas.
Paul Valéry
Extrait dePoésies - Charmes
éd. Poésie/Gallimard
Tes pas, enfants de mon silence,
Saintement, lentement placés,
Vers le lit de ma vigilance
Procèdent muets et glacés.
Personne pure, ombre divine,
Qu'ils sont doux, tes pas retenus!
Dieux !... tous les dons que je devine
Viennent à moi sur ces pieds nus!
Si, de tes lèvres avancées,
Tu prépares pour l'apaiser,
A l'habitant de mes pensées
La nourriture d'un baiser,
Ne hâte pas cet acte tendre,
Douceur d'être et de n'être pas,
Car j'ai vécu de vous attendre,
Et mon coeur n'était que vos pas.
Paul Valéry
Extrait dePoésies - Charmes
éd. Poésie/Gallimard
quinta-feira, março 01, 2007
Pô: vale ri? (uma série de sete postagens)
Este é o primeiro dos sete passos, digamos assim (tolerem):
poeta, ensaísta, crítico e pensador francês -
nasceu em 1871 e faleceu em 1945 -
"A parvoíce não é o meu forte."
Quem é?
poeta, ensaísta, crítico e pensador francês -
nasceu em 1871 e faleceu em 1945 -
"A parvoíce não é o meu forte."
Quem é?
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