quarta-feira, novembro 30, 2005

Meu Set List desta noite...

Rã da Paz (Peace Frog - J.Morrison/TheDoors)
versão brasileira por Ivan Justen Santana, Marcos Prado de Oliveira & Edilson Del Grossi.

O lado escuro da rua (Walk on the wild side - Lou Reed)
versão brasileira por Marcos Prado de Oliveira, Edson de Vulcanis & Ivan Justen Santana.

Begônias Silvestres
Marcos Prado de Oliveira

Síndrome de Don Juan
Marcos Prado de Oliveira, Sérgio Virallobos
(música do Ferreira, mas eu não vou cantar [será?])

Instruções para morrer bem no elevador
Ivan Justen Santana, Marcos Prado de Oliveira

segunda-feira, novembro 28, 2005

Breve interlúdio

(com mais dois motivos pra relaxar bem pouco e muito furiosamente):

Show com Sonic Youth, Iggy Pop, e uma pá de bandas boas:
não fui (passei por São Paulo na semana anterior);

Festerê de poesia no Circo Voador, com "todo mundo":
não fui (estive no Rio no fim de semana anterior).

Tamanha sem-noção-zice de tempo e lugar é realmente perfeita pro pateta aqui, que tem pensado em esquartejar-se em pedaços e se espalhar por essa vida de amores distantes...

sexta-feira, novembro 25, 2005

À Minha Musa da Selvageria Elegante

Já fiz uns versinhos pra ela,
Não custa fazer outros mais –
Então salta uma oitava redonda
Daí vejo que bicho vai dar:

Pra defini-la em palavras
O jeito é ensairventando:
Trocando estes neologismos,
Depois retrodestrocando:
Porque ela é bem selvagante
E, além, ela é elevagem:
Selvagemente elegante.
Elegantemente selvagem.

Ela quebra até o pé dos meus versos,
Me gela a medula nos ossos,
Mas graças aos seus incentivos
Me juntei dos meus destroços,
E, aos que nunca a viram, canto:
Estes moços, pobres moços.

Assim, num final em quadrinha,
Minha observação vai capenga e sincera,
Contestando o grande poeta Augusto:
Ingratidão não é esta pantera.

terça-feira, novembro 22, 2005

Epígrafe para a série das Minhas Musas

um poeta sem uma musa
está mais perdido que Homero cego
na cama com a Medusa

(não percam os próximos episódios...)

segunda-feira, novembro 21, 2005

Postagem para o primeiro dia do resto da sua vida

Chega de conversa:
enjoei da prosa e resolvi que,
já que hoje é aniversário de uma das minhas musas,
voltarei a postar poemas,
tentando contemplá-las todas nessa nova seqüência.

Bom: eu sei que vou causar consternações,
ciúmes, desprezos, paixões, loucuras,
ou ainda uma máxima indiferença,
mas aí vou eu:
como diria Leminski,
a prosa é uma deusa que só diz besteiras
e fala de coisas como se novas:
assim,
eis umas rimas em tom de velhas conhecidas...


A MINHA MUSA DA AMIZADE

o que mais esperar
daquela que nunca vai tarde?
o que mais querer
da sua generosa amizade?

nada, musa artista e restauradora,
nada, musa amiga e companheira:

hoje eu não te peço nada -
também nada te ofereço:
hoje é o teu aniversário
e tua graça não tem preço -

na verdade, um quase nada,
um quasezinho de nadica
hoje, agora, aqui eu te deixo:

esses versinhos de franzir a testa,
erguer a sobrancelha, torcer o narizinho,
abrir a boquinha e derrubar o queixo.

***

Eu avisei a ela pelo telefone que ia postar um presente de aniversário:

ela disse: "não me comprometa!"

eu dei risada, disse: "claro que não! hahahaha"

e agora vou fazer de tudo pra comprometê-la...

Então vou postar aqui na seqüência um poema acróstico,

feito para ela por um amigo nosso,

também poeta como eu e também artista plástico como ela...


Tens nas pequenas mãos
A beleza da restauração.
Natureza poderosa!
Isso de que carece a vida
A cada segundo partida.

Sérgio Augusto

sábado, novembro 19, 2005

Amaciando à moda da casa

Muito bem: eu realmente não contei nada do périplo em que estou empenhado, viajando ao Rio de Janeiro feito no ano passado, para o aniversário da minha filha: cinco anos neste 2005.

Eu também não postei que no mesmo dia (17/11) fazem aniversário dois grandes amigos meus (descobri graças ao orkut):

Walmor Góes, monstro da guitarra, que eu, feito um bom ingênuo, nem me tocava que também (a exemplo do Leminski e do Thadeu) tem sangue de polaco;

e o Luís "Baiano", um amigo da minha turma no início dos anos 90, tempo cheio de travessuras e desventuras na casa do Gunther, da Lupe e da Teresa, gente que até hoje eu admiro pelas posturas e atitudes intelectuais e humanas...

Enfim, depois de passar este ano meio obcecado com Ipanema, passeei por essa praia, "até o Leblon... E quando eu lhe telefonei, desliguei foi engano, teu nome não sei: esqueci no piano as mentiras de amor que aprendi com você, é..."

Enfim, tudo convolui, arredonda-se e flutua, como a Lua, e qualquer uma certa aquela melodia de Jobim:

agora é hora de embarcar de novo, meditando no destino e dançando um fado:

porque te blogar sempre é preciso,

mas viver não me é mais tão necessário,

tampouco suficiente,

diferentemente.

Uma puta verdade

Eu queria começar porrando logo um palavrão duma vez, mas nem as imprecações podem me salvar.

Eu queria era fazer um mea culpa (aliás, eu acho que esse blog deveria passar a se chamar mea culpa, ou eu devia ter a mínima pachôrra pra fazer isso, não custaria nada, mas a preguiça...) pra muitas pessoas:

o primeiro "mea culpa" devia ser pro Fernando Koproski, por eu ter sido algo babaca demais em pelo menos duas ocasiões... Mas tudo bem, foda-se: pensando melhor, se for assim tenho que começar muito antes, porque faz tempo que eu tenho sido um babaca com a minha vida e com os cleguinhas e as coleguinhas que me cercam, desde o tempo da escola primária...

o segundo "mea culpa" devia ser pra minha família, mas aí, como eu sou mesmo incorrigível, eu ia ter que dizer tudo que penso da minha mãe, do meu pai e de você, e em vez de me desculpar começaria a tacar chumbo em deus e o mundo...

eu tenho sido mesmo vil, no sentido mais mesquinho da vileza, mais que o "canalhinha" do fernando pessoa, que era muito boa gente perto de "poetas" do meu tipo...

aliás, falando em poetas, acho que o único a quem eu posso mesmo fazer um "mea culpa" é o thadeu wojciechowski, porque ele também foi babaca e arrogante comigo, com toda a justiça: então me desculpe, thadeu, por eu ter tentando ser mais babaca e arrogante que você: hahahaahaha: que puta desculpa...

merda: chega: eu tinha mais era que postar isso e mais umas poucas e boas, mas agora é hora das umas e excelentes...

quarta-feira, novembro 16, 2005

Londrina continua do jeito que eu imaginava...

Londrina é uma cidade cheia de subidas e descidas.
Londrina tem metade da população de Curitiba e o dobro de sua agitação cultural.
Londrina tem um cybercafé na sua rodoviária: a rodoviária de Curitiba ainda está na era do telefone público...

No cybercafé de Londrina não tem café, e os teclados estão fora de configuração: mas é muito baratinho.

Hora de embarcar: deixo em Londrina muita poesia em estado bruto: puro estilo jato de sangue: e isso é bem menos que eu queria dizer....

quinta-feira, novembro 10, 2005

Horribilissimamente

Esta vai ser mais uma postagem pouco aproveitável:
outro poeminha com trocadilhinho estúpido cupido,
pra combinar com meu estado emocional:


hoje em dia o mar não tá pra rocha:
então encosta tua luazinha
ali na minha vinha

e desabrocha

terça-feira, novembro 08, 2005

Feliz Aniversário

Hoje meus dois irmãos (olha só como o Rio me persegue) fazem aniversário: um faz 30 e o outro 34.

Hoje eu queria postar algo interessante, estou com três traduções inéditas no gatilho, mas não deu aquele barato de editar os textos com cores diferentes...

Hoje eu não queria ter escrito hoje - parece canção pop isso...

Então vou me sair bem mal, com trocadilhinhos ridículos:


eu quis fazer um poema Safo,

só que uma Frieda pisou no meu Kahlo:

enfim, por que gritar -

se até Maria Callas...?

sexta-feira, novembro 04, 2005

Cantarolando e digitando abstrusidades

"Eu sei que eu ando bebendo demais:
Você já me disse -
Eu sei que eu ando caindo no chão
E que isso causa uma má impressão..."

Pois então: hoje não tem poema traduzido, não tem poema original, não tem chantagem emocional confessional barata implorando comentários que não vão aparecer:

hoje não tem frevo
tem gente que passa com medo
e na praça ninguém pra cantar...

Hoje só tem eu aqui sentado encolhido num canto cantarolando Wander Wildner, Edu Lobo e a banda catarinense Stuart (canção: Pergunte ao Pó)...

E pra fechar, um TNT clássico:

se quiser saber o resto da história:
ZERO

terça-feira, novembro 01, 2005

And now, for something completely different (?)

Vinhote

A uva é minha mãe mulata
Neste embranquecido campo congelado. O venoso interior dela
Pendura-se quente aberto para que eu reentre
Na vidraçaria cor-de-sangue contra a qual o mundo pedra
Adelgaça até um orvalho e se esfumaça –
Não diluindo nem minha caneca de sangue
Nem sua negra subcorrente. Eu me avolumo ali dentro, encharcando.
Até que a uva por pura saciedade de mim
Vomita-me de volta. Sou encontrado
Frágil feito um bebê, mas rejuvenescido.

Ted Hughes (1967)
Tecla sap:
Ivan Justen Santana (2005)


Wino

Grape is my mulato mother
In this frozen whited country. Her veined interior
Hangs hot open for me to re-enter
The blood-coloured glasshouse against which the stone world
Thins to a dew and steams off–
Diluting neither my blood cupful
Nor its black undercurrent. I swell in there, soaking.
Till the grape for sheer surfeit of me
Vomits me up. I´m found
Feeble as a babe, but renewed.