UM SONHO
Nas visões da noite escura
Eu sonhei do amor partido--
Mas um sonho de luz pura
Deixou meu peito perdido.
Não é o sonho complicado
A quem cujo olhar se molda
Nas coisas à sua volta
E em raio voltado ao passado?
Aquele sonho sagrado,
Enquanto o mundo zombava,
Me alegrou qual adorável
Alma-guia solitária.
Que importam luz, tempestade,
Noite trêmula à distância--
Haveria mais radiância
Que o dia-estrela da Verdade?
Edgar Allan Poe
versão brasileira:
Ivan Justen Santana
* * *
UM SONHO
Andando às cegas pelas ruas, eu vi
Visões do amor, tateando às escuras,
Mas um sonho de luz, sem amarguras,
Desviou meu coração e eu me perdi.
Que sonho eu não teria se em meus olhos,
Em vez de escuridão e passado,
Visse meu ser pulsando feito um raio
Ressuscitando meus próprios miolos?
Aquele sonho, como por encanto,
Alegrou-me e deixou-me vigilante,
Enquanto zombava toda a humanidade.
Que importa o relâmpago ofuscar tanto?
O que poderia ser mais brilhante
Se em plena luz luzia a Verdade?
Edgar Allan Poe
versão brasileira:
Antonio Thadeu Wojciechowski
Ivan Justen Santana
para confrontar com o texto original, clique aqui
quinta-feira, janeiro 26, 2012
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