(Gates Of Eden, de Bob Dylan)
versão brasileira:
Ivan Justen Santana
De guerra e paz a verdade contrai-se
Desliza e recolhe as asas
Nas nuvens-bosques de quatro patas
O anjo caubói cavalga
Empunha uma vela acesa ao sol
E ela brilha em cera negra
Sempre exceto entre os troncos do Éden
O poste estaca de braços cruzados
Suas garras de ferro atadas
A guias rachadas onde bebês gemem
Embora oculte insígnias metálicas
Tudo e todos só levam seus tombos
Com ruídos vazios de estrondos
Não vem nenhum som dos Portões do Éden
O atroz soldado enfia a cabeça na areia
E então se queixa
Ao caçador descalço que mesmo já surdo
Ainda espreita
Na praia onde cães de caça ladram
Aos navios de velas tatuadas
Que rumam aos Portões do Éden
Com uma agulha de bússola oxidada
Aladim com a lâmpada mágica
Abanca-se junto a eremitas utópicos
Acavalados num Bezerro Dourado
E às promessas deles quanto ao céu
Não se ouve qualquer gargalhada
Nunca exceto além dos Portões do Éden
Relações de sujeições
Sussurram em ruflares de asas
Aos condenados a agir de acordo
E a esperar sucessivos monarcas
E eu tento em canto harmonizar
Um solitário pardal
Não há monarcas além dos Portões do Éden
Madona negra de motocicleta
Rainha cigana sobre rodas
Com sua causa de espectrais pratas
Que o duende de terno brada
Chorando às bicadas das aves malvadas
Que caçam o pecado em migalhas
Não há pecados além dos Portões do Éden
Os reinos das Experiências
Ao vento precioso apodrecem
E os pobres seguem fazendo trocas
Querendo uns o que outros querem
Enquanto princesa e príncipe discutem
O que é real e o que não procede
E que pouco importa além dos Portões do Éden
O sol forasteiro olha de soslaio
Uma cama que nunca é minha
Enquanto amigos e outros estranhos
Procuram livrar-se das sinas
Deixando os humanos totalmente livres
A tudo exceto o final da vida
E não há tribunais além dos Portões do Éden
E a minha amante ao amanhecer
Me conta sobre seus sonhos
Não tenta cobrir vislumbres ali
Nas valas em que estão postos
Às vezes eu penso que não há outras
Frases verdadeiras a não ser essas
E não há verdades aquém dos Portões do Éden
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